quarta-feira, 25 de setembro de 2019

António Serafim, sindicalista exemplar



(Na escadaria esclarecendo os trabalhadores concentrados no hall do Marquês de Pombal)

O PS e o PSD haviam abocanhado a Marconi, o descontentamento generalizou-se, o sindicato estava atento e os dirigentes auscultavam os trabalhadores percorrendo todas as estações e departamentos.

Após Assembleia Geral é decretada uma greve de 4 dias, o António Serafim e outros camaradas representam os trabalhadores nas negociações com um mercenário contratado pela administração.

Durante quatro dias e três noites, o Serafim (e outros dirigentes), defendeu as nossas propostas e, nos intervalos das reuniões informava os trabalhadores que o aguardavam no rés-do-chão do edifício, voltando à discussão até cerca da meia-noite, de seguida ia para a Federação onde redigia e fazia imprimir, com a colaboração de dois abnegados funcionários, os comunicados para distribuir e enviar para todas as estações e departamentos. A partir das oito horas da manhã percorria a empresa e, com os delegados sindicais e piquetes de greve contatava com os trabalhadores; reunia com a direção do sindicato, procurava esclarecimentos junto da CGTP-IN, e pela tarde estava na sede da empresa para reiniciar a reunião.

 

Tudo isto sem uma hora de sono durante quatro dias e três noites até festejarmos a nossa luta vitoriosa.

Entretanto a administração havia criado atabalhoadamente o Sindetelco/UGT para tentar a divisão de que necessitava, divisionistas que foram literalmente escorraçados pelos próprios trabalhadores.

1 comentário:

Olinda disse...

Retalhos para a História do Sindicalismo em Portugal.António Serafim,caminhará ao nosso lado,como outros mais.Abraço