quarta-feira, 16 de junho de 2021

Para ver se não esquece

 

Há jornalistas que gozaram férias de luxo pagas pelo BES e que hoje comentam o tema como se nada tivesse a ver com eles.

“É vergonhoso e a falta de vergonha nunca prescreverá.”

Há quem oiça e leia os “nossos” media e se considere informado, e todos os supostos “esclarecidos por esta via, formam a “opinião pública” que não é mais que essa “opinião publicada”.

Vem isto a propósito dos jornalistas avençados do saco azul do GES, cujos nomes são do conhecimento do Expresso, e não só, e não divulgados para que possamos saber quem escreve por encomenda.

«Com o dito saco azul eram pagos políticos, jornalistas e afins. O foco foi colocado nos políticos, chamados à primeira página, os jornalistas eram mencionados genericamente no miolo da edição e depois disso as trevas, o silêncio e o arquivamento sumário da mancha.»

Os jovens não leem jornais nem veem televisão, vão esgravatar noutras lixeiras onde por vezes encontram fruta sã, têm pelo menos o mérito de procurar e não aceitar sem refletir tudo o que lhes dão.

Percorrendo a NET encontramos testemunhos interessantes:

«Ricardo Salgado/BES: depois de dois artigos publicados na revista Fortunas&Negócios sobre os ‘donos da banca’ em 2001, Salgado queixou-se à administração. Sentia-se retratado no meu artigo “como se fosse um gatuno” (quem transmitiu esta citação de Salgado é hoje director de informação de um canal de televisão). Fiquei sem emprego e os meus colegas também – a administração fechou a revista para não perder a publicidade no Diário Económico e no Semanário Económico.

Jorge Jardim Gonçalves/Millennium: depois de uma crónica numa revista enviou-me um bilhete, manuscrito, assinado e não muito subtil, a ameaçar com processos judiciais.

André Jordan/magnata do imobiliário: não gostou de um artigo que escrevi sobre ele para a ‘Sábado’ e o, na altura, director da revista veio dizer-me que a minha colaboração não podia continuar: “Lamento, passaste a persona non grata; o Jordan deve ter oferecido uns cartões gold para jogar golfe a alguém da administração”.»

 


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