- lembra Alfredo Barroso, depois de ouvir António Costa a apoiar incondicionalmente a guerra indireta da NATO contra a Rússia:
Ainda antes da vergonhosa atitude de Ferro Rodrigues em relação à invasão do Iraque (2003), quando ele era o secretário-geral do PS, é bem verdade que já ninguém se lembra do António Guterres PM e secretário-geral do PS, ativo apoiante de uma NATO "agressora", a bombardear criminosamente Belgrado, no "Apocalipse Côr-de-Rosa", como eu lhe chamei num texto publicado no 'Expresso' em 10 de Abril de 1999. Aqui vai um excerto do que então escrevi:
- «Acontece
que os Estados Unidos decidiram mandar às urtigas não só a Carta das Nações
Unidas mas também a Carta do Atlântico - desrespeitando não apenas as regras do
Direito Internacional pelas quais se rege a ONU, mas também as regras do
Direito Internacional pelas quais se rege a NATO. A ONU foi pura e simplesmente
posta à margem e a NATO deixou de ser considerada uma organização meramente
defensiva. Mesmo os princípios do Direito inscritos nas Constituições da maior
parte dos países europeus membros da NATO foram vergonhosamente ignorados e
desrespeitados. Como, ainda há dias, oportunamente lembrou Vasco Graça Moura, o
Presidente da República "não declarou guerra a ninguém", e todavia
Portugal está envolvido numa "guerra de agressão", sendo certo que,
nos termos da Constituição, o Presidente da República só pode declarar a guerra
em caso de agressão efetiva ou iminente e tem, para isso, de ser autorizado
pela Assembleia da República.
«Deve ser
esta uma das consequências da "terceira via", que tanto inspira o
inefável Tony Blair; ou do "novo centro", que tanto inspira o
insuportável Gerard Schöder; para já nem falar da "nossa via", que
tanto inspira o engenheiro António Guterres. Desprovidos de quaisquer
fundamentos teóricos, navegando à vista, sem bússola e sem rumo, completamente
obcecados pela conjuntura económica e pelos mercados financeiros, os
social-democratas europeus, hoje no poder, traíram os ideais do socialismo
democrático e estão a cavar a sua própria sepultura sob os escombros do
"apocalipse cor-de-rosa" que desencadearam nos Balcãs. A insensatez,
a subserviência e o seguidismo irresponsável do governos social-democratas
europeus em relação à arrogância do poder imperial dos Estados Unidos são, de
facto, perfeitamente escandalosos. Como escreveu o insuspeito guru dos
geopolíticos americanos, Samuel Huntington, na revista 'Foreign Affairs':
"Os Estados Unidos, ao mesmo tempo que denunciam vários países como
'Estados vadios', estão eles próprios a tornar-se, para inúmeros países, uma
superpotência vadia"».
E os
social-democratas são os lacaios da "superpotência vadia".
Escrevi isto
há já 23 anos, e parece-me que a trágica história deste primeiro quartel do
século XXI me tem dado razão, a mim e a Samuel Huntington (passe a ousadia de
me comparar a ele): no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Síria, na Somália,
e agora também na Eurásia, que 'Donkey' Joe Biden Robinette, actual presidente
da "superpotência vadia", os EUA, quer dominar a todo o custo, para
ameaçar a China.
Campo
d'Ourique, 13 de Setembro de 2022
Esta
coleção de retratos ilustra bem um PS que tem andado sempre, sempre atrás da
"superpotência vadia", os EUA, e do seu longo braço armado na Europa,
a NATO - sobretudo desde que esta deixou de ser uma organização militar
meramente defensiva e se transformou numa organização militar ofensiva,
agressiva e expansionista...
1 comentário:
Os Estados vadios são compostos de gente vadia,e nós temos tanta gente vadia por metro quadrado.Abraço
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