segunda-feira, 18 de abril de 2011

OS LOBOS


Ouvimos-lhes o uivar antes de se lançarem ao assalto e, esse grito acutilante além de preconizar mau agouro cria mal-estar mesmo aos precavidos ou de estrutura psíquica de bom porte.

A primeira reacção é a de nos aquartelarmos cerrando bem as portas e aguardar que as feras se retirem. Se colocados à defesa a alcateia movimenta-se à-vontade, apodera-se do espaço e reforça o cerco porque nos sentem prisioneiros.




Os lobos escolhem as presas que, vítimas serão, caso se acobardem e não passarem ao ataque.

Choramingar nada adianta. Lastimarmo-nos é rio sem água porque a força está na corrente. Só sendo caudal os lobos levantam o cerco.

1 comentário:

Sérgio Ribeiro disse...

O cerco. O garrote. O apertar o cinto. O frigrífico vazio. O salário e a pensão que não davam para ter férias fica sem o que ajudava a recuperar um pouco, um duodécimo, da escassez do salário e à pensão; O salário e a pensão que não davam para fazer compras no natal fica sem o que ajudava a recuperar um pouco, um duodécimo, da escassez do salário e à pensão.
Dizemos Não! ao cerco, ao garrote, ao apertar o cinto, ao frigorífico vazio, ao telemóvel sem carga, ao automóvel sem combustível. Só muitos e unidos prosseguiremos o caminho que está nas nossas mãos para ser feitos pelos nossos pés.
Tendo de dar, antes, alguns pontapés...