Andava o primeiro-ministro de fralda e o ministro da Administração Interna de calções, quando no Maio68, para alarmar os franceses, polícias à paisana, incendiaram carros e destruíram estabelecimentos. O escândalo foi tal que a Câmara Municipal de Paris indemnizou todos os lesados. Mas valeu o preço; a direita afirmou-se e hoje o grande revolucionário Chon Bendit é um homem do sistema no Parlamento Europeu.
Os “tumultos” servem sempre o melhor apetrechado e treinado para o corpo-a-corpo. A arruaça confunde e altera o significado dos que se manifestam. As provocações excitam os menos prevenidos, não conscientes ou fogosos.
Para fugir ao confronto político, e menorizar a contestação organizada, arregimentam provocadores para desviar o significado e a razão dos seus protestos. O espectáculo da destruição de bens ou o derrame de sangue amedronta todos os que desejam viver em paz.
O governo tem ao seu dispor todos os órgãos de intoxicação social onde proliferam os peritos em virar os acontecimentos do avesso. Uma pedrada num polícia seria uma bênção para os jornais e as televisões que necessitam de vender papel e audiência. Um pretexto para usar a repressão e um retrocesso nas lutas que é forçoso travar.
O material anti-motim comprado recentemente para proteger os guerreiros da NATO está a enferrujar, e os gorilas e cães treinados para morder no pessoal necessitam de treino. Além do mais há que justificar os 400 milhões de euros com que o ministro das polícias foi contemplado no OE de 2012.
Os clubes do “já” por onde passaram Durão Barroso ou António Barreto e, tantos outros ministeriáveis, eram especialistas em provocações. Quem não tivesse perdido a memória pode recordar o Artur Albarran, sócio do Frank Carlucci, homem da CIA e, naturalmente, amigo de Mário Soares, que comandou pela Rádio Renascença o incêndio da Embaixada de Espanha e a tentativa de incendiar o Palácio Foz.
Esta é uma técnica bafienta, mas que tem sido usada em todas as situações onde o povo descontente manifesta ordeiramente o seu repúdio pelo estrangulamento social a que o sujeitam. Cairo, Londres, Madrid, Chile ou Nova Iorque são os mais recentes exemplos.
Estão ansiosos por tirar o açaimo ao cão.
O que essas prendas sabem já a nós esqueceu.
6 comentários:
Ora aí está uma excelente ideia,tirar o açaimo aos cães que não têm culpa nenhuma e pô-lo às bestas.
Um abraço,
mário
Não sei se o comentário vai para a estratosfera ou não,são já vários,em vários belogues,que não chegam ao destino.
Por aqui também os email andam malucos,coincidências.
Também me agrada a imagem. Essa, a de tirar o açaime aos cães...
Mas tanto cuidado que é preciso ter.
A revolução é uma coisa muito séria e não tem data marcada ou horário de trabalho.
Um grande abraço
É preciso avisar toda a gente...
Um abraço.
Só não concordo com as últimas palavras «já a nós esqueceu». Como demonstra o texto, não esquecemos e aprendemos com as memórias. Abraço
Só não concordo com as últimas palavras «já a nós esqueceu». Como demonstra o texto, não esquecemos e aprendemos com as memórias. Abraço
Caro eduricardo “O que essas prendas sabem já a nós esqueceu”; afirma que já há muito sabemos e relembrando-o, afirmarmos precisamente o contrário
Saúde da boa e obrigado pela visita.
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