António Aleixo
Acho uma moral ruim
trazer o vulgo enganado:
mandarem fazer assim
e eles fazerem assado.
Sou um dos membros malditos
dessa falsa sociedade
que, baseada nos mitos,
pode roubar à vontade.
Esses por quem não te interessas
produzem quanto consomes:
vivem das suas promessas
ganhando o pão que tu comes.
Não me dêem mais desgostos
porque sei raciocinar…
Só os burros estão dispostos
a sofrer sem protestar!
Esta mascarada enorme
com que o mundo nos aldraba,
dura enquanto o povo dorme,
quando ele acordar, acaba.
O oiro, o cobre e a prata,
que correm p’lo mundo fora,
servem sempre de arreata
p’ra levar burros à nora.
Que o mundo está mal, dizemos,
e vai de mal a pior;
e, afinal, nada fazemos
p’ra que ele seja melhor.
Se os homens chegam a ver
por que razão se consomem,
o homem deixa de ser
o lobo do outro homem.
2 comentários:
Bom suporte para o apelo ä Greve.Sou a ûnica a fechar a loja,mas fico bem comigo prôpria.O comêrcio nao tem tradicao de luta,mas nas duas ûltimas Greves Gerais,houve algumas funcionârias do Pingo Doce,que aderiram.
Descrição perfeita, pelo grande poeta popular António Aleixo, do mundo em que vivemos.
E um apelo à greve geral de 27 de junho.
Um beijo.
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