«os medíocres quando em rebanho são perigosos»
Sigo com natural repulsa as sórdidas
manobras nos bastidores da
governança que as oficinas da comunicação social fazem por dourar e, não permitindo que a
mediocridade me continuasse a importunar reduzi ao silêncio o televisor.
Olhei em redor e, de entre muitos, fixei-me
nalguns livros: «A formação da mentalidade submissa e A intoxicação
linguística, ambos de Vicente Romano» «Reflexões sobre a vaidade dos homens de Matias
Aires (1750)» «A Arte de Furtar do Padre Manuel da Rocha (1650)» e porque os medíocres “quando em rebanho são perigosos”
e a mediocridade é virulenta, fixei-me
no «El hombre medíocre de José
Ingenieros (1915)»
E fui relendo:
«A mediocridade é moralmente perigosa e globalmente nociva em certos momentos da história em que reina o clima da
mediocridade.
Épocas há em que o equilíbrio social se inclina em seu favor. O ambiente torna-se
refractário a todo o anseio de perfeição; os ideais esgotam-se
e a dignidade ausenta-se;
os homens acomodatícios têm a sua primavera florida. Os
Estados convertem-se em
mediocracias; a falta de aspirações, que mantenham um alto nível moral e cultural
aumentam continuamente o lamaçal.
Embora isolados
passem despercebidos, em conjunto constituem um regímen,
representam um sistema especial de interesses inalteráveis. Subvertem
a escala de valores morais, falseando nomes,
desvirtuando conceitos; pensar é um desvario, a dignidade é irreverência, é lirismo a justiça, a sinceridade é tontice, a admiração uma imprudência, a paixão
ingenuidade, a virtude uma estupidez.
Vivem da mentira, nutrem-se
dela, semeiam-na, regam-na, podam-na, e colhem-na. Assim cresce um mundo de valores fictícios que favorece o horizonte dos obtusos.»
2 comentários:
Os medíocres hoje estão em destaque. Mas o Povo, com a sua luta consciente e organizada, há de tirar-lhes o tapete.
Um beijo.
Excelente "fotografia"!
Abraço.
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