sábado, 6 de julho de 2013

Os mediocratas

«os medíocres quando em rebanho são perigosos»


Sigo com natural repulsa as sórdidas manobras nos bastidores da governança que as oficinas da comunicação social fazem por dourar e, não permitindo que a mediocridade me continuasse a importunar reduzi ao silêncio o televisor.

Olhei em redor e, de entre muitos, fixei-me nalguns livros: «A formação da mentalidade submissa e A intoxicação linguística, ambos de Vicente Romano» «Reflexões sobre a vaidade dos homens de Matias Aires (1750)» «A Arte de Furtar do Padre Manuel da Rocha (1650)» e porque os medíocresquando em rebanho são perigosos” e a mediocridade é virulenta, fixei-me no «El hombre medíocre de José Ingenieros (1915)»

E fui relendo:

«A mediocridade é moralmente perigosa e globalmente nociva em certos momentos da história em que reina o clima da mediocridade.

Épocasem que o equilíbrio social se inclina em seu favor. O ambiente torna-se refractário a todo o anseio de perfeição; os ideais esgotam-se e a dignidade ausenta-se; os homens acomodatícios têm a sua primavera florida. Os Estados convertem-se em mediocracias; a falta de aspirações, que mantenham um alto nível moral e cultural aumentam continuamente o lamaçal.

Embora isolados passem despercebidos, em conjunto constituem um regímen, representam um sistema especial de interesses inalteráveis. Subvertem a escala de valores morais, falseando nomes, desvirtuando conceitos; pensar é um desvario, a dignidade é irreverência, é lirismo a justiça, a sinceridade é tontice, a admiração uma imprudência, a paixão ingenuidade, a virtude uma estupidez.

Vivem da mentira, nutrem-se dela, semeiam-na, regam-na, podam-na, e colhem-na. Assim cresce um mundo de valores fictícios que favorece o horizonte dos obtusos



2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Os medíocres hoje estão em destaque. Mas o Povo, com a sua luta consciente e organizada, há de tirar-lhes o tapete.

Um beijo.

samuel disse...

Excelente "fotografia"!

Abraço.