Público, Junho de 1997.
[Para facilitar a leitura]: «O livro “Moeda Única” é o
último marco da campanha do
PCP “Não à moeda única, sim ao referendo”. O autor é Sérgio
Ribeiro, deputado comunista ao Parlamento Europeu, que
reuniu 40 fichas
utilizadas em debates em que
defendeu o não ao euro. Passa a estar em livro o
“argumentário” comunista contra a moeda única.»
O título da notícia
surge-nos armadilhado. O PCP não se expressa com argumentos, usa uma cartilha - ensinar os primeiros rudimentos
de leitura ou compilação elementar - um prontuário de ideias gastas e muito rodadas da sua velha “cassete”. O “argumentário”
comunista não é
contestado, até porque os comunistas estão sempre contra, assim faziam crer os que aplaudiram esta entrada nos infernos.
Lá estão eles, os comunistas, contra a moeda única!...
E hoje, quase
dezassete anos passados, enaltece-se
a coragem de politólogos,
economólogos e outros astrólogos, que, timidamente ou como quem descobriu a pólvora, advogam a saída do €uro, mesmo que de forma destrambelhada, esquecendo ou encobrindo os que alertaram com veemência para os perigos a que estávamos sujeitos ao se optar pelo caminho que nos levaria ao caos. Não se
tratou de um vaticínio ou profecia do PCP, mas de análises fundamentadas fruto do saber e da honestidade política.
A direita consubstanciada no PS/PSD/CDS, é instrumento bem oleado, não é estúpida, embora tenha
no seu seio gente pouco inteligente. Mário Soares, seu porta-estandarte, que abriu os
portões a esta tragédia, é o esperto-manhoso apoiado e apoiante da
direita que destila do
anticomunismo sibilino ao mais cavernoso.
A entrada para esta fossa em que nos encontramos foi opção ideológica de Mário Soares apoiado por todos os governantes-canídeos que de olfacto apurado lhes
seguiram o rastro.
A questão não está só na saída do €uro, coloca-se mais na saída de quem o trouxe e mantém por constituirem ambos uma só peça deste intrincado puzzle.
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