A “crise” impede doentes… A “crise” surge assim como um demónio sem rosto disposto a flagelar os que sofrem. É a
“crise” que impede, a “crise” surge anónima,
atemporal, indefinida como um fantasma ou medo que se oculta onde há angústia e
sofrimento.
ESTALEIROS DE VIANA. TRABALHADORES MARCAM MANIFESTAÇÃO PARA 13 DE DEZEMBRO
A “crise” está nos Estaleiros de Viana do
Castelo. Chegou de moto próprio,
instalou-se e resolveu enviar para a vala comum do
desemprego centenas de trabalhadores, entregando
à fome e ao desespero milhares de seres que simplesmente desejam viver com dignidade. Foi a “crise” sem intervenção de nenhum crápula ou asqueroso ministro mandatado por executivo fascista. A “crise” é autogestionária,
movimenta-se nas classes desfavorecidas e vai eliminando a classe média e franjas da até aqui mais abastada. A banca e os
beleguins ao seu serviço são alheios aos crimes cometidos pela “crise” lavando
daí as mãos. A “crise” é a única culpada.
Onde encontrar então a “crise” para a fotografar, tomar-lhe
as impressões digitais e colocar o retrato em todas as esquinas, como acontecia no
far west, para que a entreguem
viva ou morta, sem esquecer as e alvíssaras.
O modo síbilino como os mídia, em grossos caracteres nos apresentam
as notícias, esbate ou apaga a raiz do acontecimento. Doentes que podem morrer por não terem acesso a medicamentos devem
dirigir-se ao guiché mais próximo da “crise” e apresentar protesto ou algo de mais contundente.
1 comentário:
A crise tem rosto. Não é possível mais ocultá-lo. Sinto uma enorme raiva quando ainda encontro gente tão conformada!!!
Um beijo.
Enviar um comentário