Quem estava no poder em 1987?
Mário Soares Presidente de República e Cavalo Silva Primeiro-Ministro.
Cavaco Silva votou
contra a libertação de Mandela com a sua ídolo Thatcher. O
que fez Mário Soares? Assobiou para o lado para não desagradar ao seu Tio Sam que o colocou
no pedestal.
O então ministro dos Negócios Estrangeiros João de Deus Pinheiro e até Jorge Sampaio
então presidente do Grupo Parlamentar do PS, têm
uma vaga ideia do que se passou
na altura.
Hoje, banhados em lágrimas de crocodilo, os que de algum modo foram
coniventes no crime, juntam-se a toda a escumalha
choramingando o passamento de Mandela.
Ele perdoou-lhes
certamente o gesto por se tratarem
de figuras rasteiras eu denuncio-os
por serem velhacos.
Quando do nonagésimo aniversário de Nelson
Mandela, o PCP apresentou na Assembleia da República um voto de
congratulação por tal acontecimento.
«Sr. Presidente,
Srs. Deputados:
Nelson
Mandela faz, precisamente, hoje 90 anos e o PCP
decidiu propor à Assembleia da República que aprovasse um voto de
congratulação por este acontecimento,
associando-se, aliás, a vozes que, por todo o mundo,
manifestaram o seu júbilo pelos 90 anos de Nelson
Mandela.
-Não sabemos ainda como é que os partidos à direita vão votar o nosso voto, mas, seja como for, ele já cumpriu a sua função, porque, se o PCP não o tivesse
proposto, decerto que a
Assembleia da República não aprovaria nenhum voto de
congratulação pelos 90 anos de Nelson
Mandela.
Assim, vai aprovar.
Mas nós votaremos todos os votos. Estejam descansados!
O que é
interessante é a necessidade que os partidos à direita sentiram de
apresentar votos próprios,
demarcando-se do voto apresentado pelo PCP sobre esta matéria. Fazem-no para se
desembaraçarem de embaraços que a vossa própria história vos cria.
Isto porque aquilo que os senhores não querem que se diga,
lendo os vossos votos, é que Mandela
esteve até hoje na lista de terroristas dos Estados Unidos da
América. Mas isto é verdade! É público e notório - toda a gente o sabe!
Os senhores não querem que se diga que Nelson
Mandela conduziu uma luta armada contra o apartheid, mas isto é um facto histórico. Embora os senhores não o digam, é
a verdade, e os senhores não podem omitir a realidade.
Os senhores não querem que se diga que, quando, em 1987, a
Assembleia-Geral das Nações Unidas
aprovou, com 129 votos, um apelo para a libertação incondicional de Nelson
Mandela, os três países que votaram contra foram os Estados Unidos da
América, de Reagan, a Grã-Bretanha, de Thatcher, e o governo português, da altura.
Isto é a realidade! Está
documentado!
Não querem que se diga que, em 1986, o governo português tentou sabotar, na União Europeia,
as sanções contra o regime do apartheid.
Não querem que se diga que a imprensa de direita portuguesa
titulava, em 1985, que: «Eanes
recebeu em Belém um terrorista
sul-africano». Este «terrorista» era Oliver
Tambo!
São, portanto, estes embaraços que os senhores não querem que fiquem escritos num voto.
Não querem que se diga que a derrota do apartheid não se deveu a um gesto de boa vontade dos racistas
sul-africanos mas à heróica luta do povo
sul-africano, de Mandela e à solidariedade das forças progressistas mundiais contra aqueles que defenderam até ao fim o regime do apartheid.
Congratulamo-nos vivamente com os 90 anos de Nelson
Mandela e queremos saudar, na sua pessoa, a luta heróica do povo
sul-africano pela sua dignidade, pela igualdade entre todos os seres humanos e contra o hediondo regime do apartheid.
PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS»
Para Mandela de Fidel, en julio de 2010
5 diciembre 2013
Viejo y prestigioso amigo, cuánto me place verte convertido y reconocido por todas las instituciones políticas del mundo como símbolo de la libertad, la justicia y la dignidad
humana.
Te convirtieron en trabajador forzado en las canteras, como hicieron con Martí cuando tenía 17 años.
Sólo estuve en la prisión política menos de dos años, pero fue tiempo suficiente para comprender lo que significan 27 en las soledades de una prisión, separado de familiares y amigos.
En los años finales de tu martirio, tu Patria, bajo la tiranía del Apartheid, fue convertida después de la Batalla de
Cuito Cuanavale en instrumento de la guerra contra los combatientes internacionalistas cubanos y angolanos que avanzaban sobre la ocupada Namibia. Nadie podía ocultarte las
noticias de la solidaridad que el pueblo, bajo tu guía, despertaba entre todas las personas honestas de la tierra.
Entonces, como hoy, el enemigo estaba a punto de dar un zarpazo nuclear contra las tropas que, en ese caso, avanzaban contra el sistema odioso del Apartheid.
Nunca nadie fue capaz de explicarte de dónde salieron y cuándo se llevaron aquellos instrumentos de muerte.
Visitaste nuestra Patria y te solidarizaste con ella, cuando todavía no
eras Presidente de Sudáfrica elegido libremente por el pueblo.
Hoy la humanidad está amenazada por el mayor riesgo en toda la historia de nuestra especie.
Ejerce toda tu inmensa fuerza moral para mantener a Sudáfrica lejos de las bases militares de Estados Unidos y la OTAN.
Amigos ayer del Apartheid, hoy compiten cínicamente por simular amistad.
Los pueblos de África que sobrevivan a la catástrofe nuclear que se avecina, necesitarán más que nunca los conocimientos científicos y los avances de la tecnología sudafricana.
La humanidad aún puede preservarse de los golpes demoledores de la tragedia nuclear que se aproxima, y la ambiental que ya está presente.
Fraternalmente,
Fidel Castro Ruz
Julio 18 de 2010
2 comentários:
Gostei muito do que li,pelas verdades postadas.Importante reflexao de Fidel,o maior revolucionârio do sêc XX.Tenho-me lembrado,ao ver tanta homenagem falsa dos mesmos que,ontem,eram anti-Mandela,de Steve Biko e de outros lutadores pelo fim da injusta discriminacao racista.
Um abraco
Grande homenagem, inteiramente merecida, de Cuba e Fidel de Castro ao amigo e combatente Nelson Mandela.
Não conhecia, ou não me lembrava, do conteúdo do voto do PCP de congratulação pelos 90 anos de Mandela. Mas achei magnífico.
Um abraço.
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