Nada é eterno…
“e como o homem de
si nada
tem próprio, claro
está, que os acrescentos haõ de ser alheios”
Arte de Furtar
O Primeiro-Ministro
diz-se vítima de uma ‘campanha’; O VIP Núncio
fala numa ‘campanha
orquestrada’ para destruir
o seu bom-nome, mas
não vai além
disso. Os pescadores desde sempre em companha, queixam-se dos maus
ventos da governança. Acampados no poder, os que vivem
do erário fazem campanha
por quem
melhor lhes
pague e têm sempre disponível
um ‘D’ para juntar ou retirar às sigla PS ou PSD, quando a
ocasião o exija.
Sempre que a acusação
é grave e a defesa
débil em
provas e argumentação,
os inquiridos, como qualquer
cefalópode nas fugas
às arrecuas, ocultam-se por detrás das expressões
‘cabala ou
campanha orquestrada’ como camuflagem
para se esgueirarem até
encontrarem abrigo de ocasião.
O “diz-me com
quem andas
dir-te-ei quem és” não
se aplica às altas individualidades,
e quando digo altas
não indico parâmetros
porque Lilipute seria possivelmente o paradigma. Se as suas
relações políticas
de negócios ou
de afectos vogam na promiscuidade entre escroques
e falsários, não
é de bom-tom extrair
daí quaisquer ilações. Se num curto espaço de
tempo os indiciados encheram a burra de milhões, todos eles se
eriçam sempre que
é proposto que o sigilo
bancário seja levantado. Não é permitido
pôr em dúvida que os milhões acumulados não
sejam fruto de trabalho
esforçado ou de negócios
lícitos, mas
se alguém os questiona, candidamente, se
lhes saiu o “euro-milhões”, arrasam o interpelante, acusando-o de fomentar
uma “campanha negra”
e, de notória má-fé,
fazer insinuações
que abrem o caminho
à difamação e a torpes
calúnias.
Quem se atreve a
duvidar de alguém
que se publicita como
honesto e que
até prova em contrário somos
obrigados a não
incriminar? Isto
acontece mesmo que
qualquer imbecil
chegue à conclusão que
se um borra-botas
que pouco
ou nada
tinha de seu
e, de um momento
para o outro,
aparece rico como
Crésus, sem justificar
a origem de tamanhos
bens.
Os criminosos
impuseram os off-shores e os políticos no poder legislam
em conformidade
com os seus
interesses. Todos
sabemos que assim
é; de tal modo
que se encara este
tipo de criminalidade
como algo
de inevitável, não
pela impotência
em a combater,
mas já
como poder estruturado
para ser respeitado.
As burlas encontram-se tão disseminadas e publicitadas, atingindo montantes de tal
modo astronómicos, que
nos devíamos envergonhar,
não de vivermos num país
onde os burlões se encontram instalados em altos níveis da administração,
mas da nossa
inacção que nos
coloca como coniventes porque a nossa passividade pode reflectir consentimento.
NÃO SOMOS PASSIVOS!...
2 comentários:
A Páscoa é uma passagem
Passos passa-me! Passou? Ainda não! Mas não contou com a minha/nossa passividade!
Um "abrasso", passa uma páscoa/passagem e...
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