quarta-feira, 5 de agosto de 2015

OS TOMATES


Meus Amigos!

Hoje, neste blogue, exaltam-se os tomates.

 (Apalpados e fotografados pelo Zé Manel)

O tomate "Macã" pesa 910 gramas e o ‘Coração de Boi’ meio quilo.


Dirão: - afetados por tantos problemas, vem este agora falar-nos de fruta!

Sim, mas escasseiam os tomates de peso, robustos, encorpados, razão para enaltecer os tomates biológicos cultivados e acarinhados na “Quinta dos Cuidados.”

É isso, Amigos, há milhares de toneladas de tomate chucha para enlatar, encharcados de produtos químicos, mas destes, sãos e preparados para a luta, não se encontram a cada esquina.

Em suma:
“Há para aí algum valente que se queira bater com um outro valente?”

Ode ao Tomate
(Pablo Neruda)

A rua se enche de tomates.
Meio-dia, verão,
a luz se parte em duas metades de tomate,
Corre pelas ruas o suco.
Em Dezembro, se solta
o tomate invade as cozinhas,
Entra pelos almoços e se senta repousado em travessas,
Entre os vidros
e as manteigueiras e os saleiros azuis. Tem luz própria,
majestade benigna. Devemos, infelizmente, assassiná-lo:
afundar a faca em sua polpa viva,
é uma vermelha víscera,
um sol fresco, profundo, inesgotável.
Enche as saladas do Chile,
se casa alegremente com a clara cebola,
e para comemorá-lo, deita-se-lhe o azeite,
filho essencial da oliveira,
sobre os hemisférios entreabertos,
adiciona a pimenta a sua fragância,
o sal o seu magnetismo:
são os esponsais do dia,
a salsa embandeira-se,
as migas fervem ruidosamente,
o assado bate à porta
com o seu aroma,
está na hora!
E sobre a mesa
na curva do verão,
o tomate, astro da terra
estrela repetida e fecunda,
nos mostra suas formas,
seus canais,
sua amplitude notável
e abundância desossada,
sem armadura,
sem escamas ou espinhos,
nos dá o presente
de sua cor de fogo
e a totalidade de seu frescor.

Pablo Neruda

1 comentário:

Sérgio Ribeiro disse...

E é bem preciso que os haja. Para responder ao mote, aviso-te que cheguámos de casa de vizinhos-amigos carregadinhos de tomates que não envergonham estas latitudes como o provarei em salada, em arroz e... num "post" no "ficções do cordel".
Abraço