A
encenação vem sendo preparada desde há muito e a publicidade saturante. Que era
hoje o espetáculo, não vi! O mau teatro dá-me sono. Não estive na disposição de
ver dois iguais darem piruetas para fazerem crer que nem sequer são parecidos. Mesmo
que se tivessem agatanhado ou afirmado que um era PPD e o outro PSD,
adormeceria de tédio.
Prefiro Robertos, os da barraquinha às costas feita com lençóis e quatro canas de bambu,
põem verdade no que fazem.
TOMA
TOMA TOMA
Ainda
prefiro os bonecos de cachaporra,
contundentes,
contundidos, esmocados,
com
vozes de cana rachada e um toma toma toma
de quem
não usa a moca para coçar os piolhos,
mas
para rachar as cabeças.
O
padreca, o diabo, a criadita,
o
tarata, a velha alcoviteira, o galã
e, às
vezes, um verdadeiro rato branco trapezista,
tramavam
para nós a estafada estória
da
nossa própria vida.
Mundo
de pasta e de trapo
que
armava barraca em qualquer canto
e sem contemplações
pela moral de classe
nem as
subtilezas de quem fica ileso
desancava
os maus e beijocava os bons.
Ainda
prefiro os bonecos de cachaporra.
Ainda
hoje esbracejo e me esganiço como esses
matraquilhos
da comédia humana.
Alexandre O’Neill
1 comentário:
Ah! Mas eu vi! E sabes o que tenho a dizer?!
- Nada!
Um abraço e fizeste bem... bons sonhos
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