domingo, 11 de fevereiro de 2018

11 DE FEVEREIRO DE 1990


A luta foi, é e será sempre a arma dos justos.

Encarcerado durante 27 anos, Nelson Mandela é libertado. Em 1985 o presidente Botha ofereceu-lhe a liberdade em troca de renunciar à luta armada, o que Mandela recusou. 

Só em 2008, pouco antes de seu 90º aniversário, os Estados Unidos  retiraram o seu nome da sua lista de terroristas.

Não resisto a reeditar este meu post publicado quando do 90º aniversário de Mandela:


Mandela e as lágrimas dos nossos crocodilos

Quem estava no poder em 1987?

Mário Soares Presidente de República e Cavalo Silva Primeiro-Ministro.
Cavaco Silva votou contra a libertação de Mandela com a sua ídolo Thatcher. O que fez Mário Soares? Assobiou para o lado para não desagradar ao seu Tio Sam que o colocou no pedestal.

O então ministro dos Negócios Estrangeiros João de Deus Pinheiro e até Jorge Sampaio, então presidente do Grupo Parlamentar do PS, têm uma vaga ideia do que se passou na altura.

Hoje, banhados em lágrimas de crocodilo, os que de algum modo foram coniventes no crime, juntam-se a toda a escumalha choramingando o passamento de Mandela.

Ele perdoo-lhes o gesto por se tratar de figuras rasteiras eu denuncio-os por serem velhacos.

Quando do nonagésimo aniversário de Nelson Mandela, o PCP apresentou na Assembleia da República um voto de congratulação por tal acontecimento.

«Sr. Presidente,
Srs. Deputados:


Nelson Mandela faz, precisamente, hoje 90 anos e o PCP decidiu propor à Assembleia da República que aprovasse um voto de congratulação por este acontecimento, associando-se, aliás, a vozes que, por todo o mundo, manifestaram o seu júbilo pelos 90 anos de Nelson Mandela.
-Não sabemos ainda como é que os partidos à direita vão votar o nosso voto, mas, seja como for, ele já cumpriu a sua função, porque, se o PCP não o tivesse proposto, decerto que a Assembleia da República não aprovaria nenhum voto de congratulação pelos 90 anos de Nelson Mandela.
Assim, vai aprovar.
Mas nós votaremos todos os votos. Estejam descansados!
O que é interessante é a necessidade que os partidos à direita sentiram de apresentar votos próprios, demarcando-se do voto apresentado pelo PCP sobre esta matéria. Fazem-no para se desembaraçarem de embaraços que a vossa própria história vos cria.
Isto porque aquilo que os senhores não querem que se diga, lendo os vossos votos, é que Mandela esteve até hoje na lista de terroristas dos Estados Unidos da América. Mas isto é verdade! É público e notório - toda a gente o sabe!
Os senhores não querem que se diga que Nelson Mandela conduziu uma luta armada contra o apartheid, mas isto é um facto histórico. Embora os senhores não o digam, é a verdade, e os senhores não podem omitir a realidade.
Os senhores não querem que se diga que, quando, em 1987, a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou, com 129 votos, um apelo para a libertação incondicional de Nelson Mandela, os três países que votaram contra foram os Estados Unidos da América, de Reagan, a Grã-Bretanha, de Thatcher, e o governo português, da altura.
Isto é a realidade! Está documentado!
Não querem que se diga que, em 1986, o governo português tentou sabotar, na União Europeia, as sanções contra o regime do apartheid.
Não querem que se diga que a imprensa de direita portuguesa titulava, em 1985, que: «Eanes recebeu em Belém um terrorista sul-africano». Este «terrorista» era Oliver Tambo!
São, portanto, estes embaraços que os senhores não querem que fiquem escritos num voto.
Não querem que se diga que a derrota do apartheid não se deveu a um gesto de boa vontade dos racistas sul-africanos mas à heróica luta do povo sul-africano, de Mandela e à solidariedade das forças progressistas mundiais contra aqueles que defenderam até ao fim o regime do apartheid.
Congratulamo-nos vivamente com os 90 anos de Nelson Mandela e queremos saudar, na sua pessoa, a luta heróica do povo sul-africano pela sua dignidade, pela igualdade entre todos os seres humanos e contra o hediondo regime do apartheid.

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS»


Para Mandela de Fidel, en julio de 2010

5 diciembre 2013

Viejo y prestigioso amigo, cuánto me place verte convertido y reconocido por todas las instituciones políticas del mundo como símbolo de la libertad, la justicia y la dignidad humana.

Te convirtieron en trabajador forzado en las canteras, como hicieron con Martí cuando tenía 17 años.

Sólo estuve en la prisión política menos de dos años, pero fue tiempo suficiente para comprender lo que significan 27 en las soledades de una prisión, separado de familiares y amigos.

En los años finales de tu martirio, tu Patria, bajo la tiranía del Apartheid, fue convertida después de la Batalla de Cuito Cuanavale en instrumento de la guerra contra los combatientes internacionalistas cubanos y angolanos que avanzaban sobre la ocupada Namibia. Nadie podía ocultarte las noticias de la solidaridad que el pueblo, bajo tu guía, despertaba entre todas las personas honestas de la tierra.

Entonces, como hoy, el enemigo estaba a punto de dar un zarpazo nuclear contra las tropas que, en ese caso, avanzaban contra el sistema odioso del Apartheid.

Nunca nadie fue capaz de explicarte de dónde salieron y cuándo se llevaron aquellos instrumentos de muerte.

Visitaste nuestra Patria y te solidarizaste con ella, cuando todavía no eras Presidente de Sudáfrica elegido libremente por el pueblo.

Hoy la humanidad está amenazada por el mayor riesgo en toda la historia de nuestra especie.

Ejerce toda tu inmensa fuerza moral para mantener a Sudáfrica lejos de las bases militares de Estados Unidos y la OTAN.

Amigos ayer del Apartheid, hoy compiten cínicamente por simular amistad.

Los pueblos de África que sobrevivan a la catástrofe nuclear que se avecina, necesitarán más que nunca los conocimientos científicos y los avances de la tecnología sudafricana.

La humanidad aún puede preservarse de los golpes demoledores de la tragedia nuclear que se aproxima, y la ambiental que ya está presente.

Fraternalmente,

Fidel Castro Ruz

Julio 18 de 2010