Está
assente, qualquer próspera sociedade capitalista necessita da pobreza a vários
níveis para regalo dos pobres de espírito. Os sem-abrigo também já fazem parte do
folclore alfacinha, tal como os clochards
da cidade luz. A nível de miséria, estamos up to date.
Mas
a maior e mais pungente miséria, não está em que seres humanos durmam na rua,
mas nas sociedades que fomenta as clivagens sociais e as apresentam tão
naturais como o frio e a chuva.
E
o frio chegou e a chuva também, e as santas almas correm pressurosas entregando
mais um cobertor, a sopinha reparadora, abrindo as portas do metropolitano e
voltando par casa cansadas mas de coração quente.
Nota:
Em Paris uma empresa ofereceu 2,200 rádios aos seus clochards para que se sintam mais acompanhados. E quanto a nós, para
subirmos no ranking da ajuda aos
sem-abrigo, sugiro que lhes ofereçam telemóveis com acesso a internet e GPS de
localização. Um moderno sem-abrigo deve ter acesso a tudo, até a uma casa e cama
decentes.
2 comentários:
Os mesmos que defendem uma política que atira seres humanos para a rua,são os que se servem deles para brilhar sob os holofotes.Comovente tanta "bondade".Abraço
A foto não podia ser melhor escolhida
Ofereço como legenda
"República das Bananas"
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