“O ALEGADO”

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O homem movimenta-se entre nós há tanto tempo, desde que é alegadamente ladrão, e fá-lo com tamanho à-vontade, que ainda “Voltamos a Acreditar”. O homem dá palestras e entrevistas, participa em jantaradas com os que nele acreditam, que com o tempo, tudo acabará por esquecer, e se participar na campanha eleitoral, para dizer que “Portugal vai ter um Rumo”, haverá sempre quem acredite.

Não há trafulhice em que a sombra do “alegado” não se vislumbre, é uma espécie de alma-penada que surge em todas as falcatruas.

Toda a emperrada maquinaria judicial já foi mudada, sem alterar a cadência (quantos milhões o erário despendeu com este alegadamente escroque?), e a traça acabará por roer as toneladas de papel com a mesma voracidade com que foram cortadas à tesoura as escutas entre Sócrates e Vara.