quinta-feira, 18 de julho de 2019

Aquele abraço e os “coronéis” da RTP


Em televisão, não há “almoços grátis” tudo é estudado milimetricamente, nada é casual. Todos sabem que assim é.

Está na subtileza, no savoier faire do lápis azul, que tudo se nos apresente como natural, de ingenuidade virginal. Por exemplo: o Presidente da República convida os deputados para um repasto em Belém e, nas boas-vindas da praxe (a contar da direita para a esquerda), antes de cumprimentar os deputados do PCP e dos Verdes (certamente que o fez) há um hiato, e o Presidente reaparece já frente ao PAN, sem “aquele abraço” à CDU.

Quando se torna mais difícil o eliminar total, estas subtilezas são uma constante, cons-tan-te-men-te.


Aquele abraço

O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, Fevereiro e Março
Alô, alô, Realengo
Aquele Abraço!
Alô torcida do Flamengo
Aquele abraço
Chacrinha continua
Balançando a pança
E buzinando a moça
E comandando a massa
E continua dando
As ordens no terreiro
Alô, alô, seu Chacrinha
Velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha
Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha
Velho palhaço
Alô, alô, Terezinha
Aquele abraço!
Alô, moça da favela
Aquele abraço!
Todo mundo da Portela
Aquele abraço!
Todo mês de Fevereiro
Aquele passo!
Alô Banda…
Meu caminho pelo mundo
Eu mesmo traço
A Bahia já me deu
Régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu
Aquele Abraço!
Pra você que me esqueceu
Rum!
Aquele Abraço!
Alô Rio de Janeiro
Aquele Abraço!
Todo o povo brasileiro
Aquele Abraço!

Gilberto Gil

1 comentário:

Olinda disse...

Os saudosistas de Salazar sabem da poda.Nisso são profissionais.Eis o motivo porque não vejo televisão.Abraço