O fascismo hoje na Palestina no Chile, Brasil...
Aos
órgãos de comunicação social:
75
anos – Libertação de Auschwitz pelo Exército Soviético
Comemoram-se
hoje 75 anos da libertação, pelo Exército Soviético, do campo de concentração
nazi de Auschwitz, onde foram sistematicamente assassinados – nas câmaras de
gás, pela fome e a doença, nos fuzilamentos e sob a tortura – mais de um milhão
e cem mil seres humanos.
Ao
assinalar esta data, o PCP recorda o papel determinante e inesquecível da URSS,
do povo soviético e do seu Exército Vermelho, na derrota de Hitler e do
nazi-fascismo, a
expressão
histórica mais violenta e terrorista do capitalismo. Os épicos sacrifícios do
povo soviético na Segunda Guerra Mundial – com os seus mais de 20 milhões de
mortos –, que
levaram
à libertação dos povos e dos trabalhadores da barbárie nazi-fascista, nunca
serão esquecidos.
Nos
campos de concentração nazis foram exterminados milhões de seres humanos, na
sua maioria prisioneiros de guerra e civis soviéticos, judeus, eslavos, entre
outros. Mas os
campos
de concentração nazis foram também campos de trabalho escravo ao serviço dos grandes
monopólios alemães – IG Farben, Krupp, Siemens, AEG e outros – que
desempenharam
um papel decisivo na ascensão de Hitler e do nazismo ao poder. Campos onde a
exploração do trabalho humano era levada ao extremo – até à morte – e onde os
considerados
inaptos para o trabalho eram cruelmente eliminados.
Nenhuma
campanha de mentiras e de falsificação histórica poderá jamais apagar o papel decisivo
da União Soviética e dos comunistas, encabeçando a Resistência e o combate que
derrotou
o nazi-fascismo à custa de inenarráveis sacrifícios.
Combate
contra o fascismo, em que se insere a luta do Partido Comunista Português pela liberdade
e a democracia, contra a ditadura fascista em Portugal, que durante quase meio século
oprimiu o povo português, liquidou as mais elementares liberdades, condenou o nosso
País ao atraso e à miséria, reprimiu, torturou e assassinou, conduziu
criminosas
guerras
coloniais.
Os
comunistas foram as primeiras vítimas do fascismo. Foi em nome do
anti-comunismo que grande parte da classe dominante foi conivente e apoiou a
ascensão e a brutalidade do fascismo, e não apenas nos países – como Portugal –
onde alcançou o poder. Uma conivência que teve uma clara marca de classe,
inseparável do desejo de ver o nazifascismo
esmagar
o movimento operário e os partidos comunistas, salvar um capitalismo em profunda
crise, e agredir e destruir a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
As
responsabilidades dos grupos monopolistas e das potências ocidentais na
ascensão do fascismo e na eclosão da Segunda Guerra Mundial fica patente na
traição à República
democrática
espanhola, no abandono à sua sorte dos povos que foram das primeiras vítimas
das agressões fascistas – como a Etiópia, a China ou a Áustria – ou na
Conferência
de
Munique de Setembro de 1938, com a colaboração aberta do Reino Unido e da
França com Hitler e Mussolini no desmembramento da Checoslováquia. Expressou-se
também na rendição e colaboracionismo da França de Vichy.
A
conivência do grande capital com o fascismo prosseguiu, após a Segunda Guerra Mundial,
com a promoção de uma aliança anti-comunista encabeçada pelos EUA – como
exemplifica
a transformação do Portugal fascista em aliado e membro fundador da NATO –, visando
conter e reverter os históricos avanços na libertação social e nacional
alcançados
pelos
povos no pós-guerra. Milhares de nazi-fascistas e seus colaboracionistas foram
postos ao serviço das campanhas anti-comunistas e das redes de subversão e
terrorismo – tipo
‘Gladio’
–, criadas pelo imperialismo norte-americano e seus aliados em todo o mundo. Em
numerosos países, como a República Federal da Alemanha, foram colocados em
importantes
posições de poder. É desses meios e desses apoios abertos e encobertos do imperialismo
que surgem as forças que hoje, em diversos países do Leste da Europa – como na
Ucrânia ou nas Repúblicas do Báltico – reabilitam o fascismo e glorificam abertamente
os colaboradores com o nazismo, ao mesmo tempo que destroem os monumentos e a
memória das tropas soviéticas e ilegalizam os Partidos Comunistas, e
perseguem
os comunistas e outros democratas.
Como
a História demonstra, sob o anti-comunismo escondem-se as concepções e os intentos
mais reaccionários e anti-democráticos.
O
branqueamento do fascismo e dos seus crimes não é novo, como atesta, por
exemplo, a visita do Presidente dos EUA, Ronald Reagan, e do Chanceler da
República Federal da
Alemanha,
Helmut Kohl, ao cemitério das ‘SS’ (tropas de choque nazis), em Bitburg, em 1984.
Mas as campanhas de branqueamento do fascismo, de banalização da ideologia
fascista,
de mentira e de falsificação históricas, ganham hoje uma dimensão inaudita –
onde se integra a vergonhosa resolução anti-comunista aprovada no Parlamento
Europeu em Setembro passado ou a inaceitável iniciativa de criação em Portugal
de um ‘museu’ dedicado ao ditador Salazar.
Estas
campanhas demonstram que, tal como no Século XX, sectores do grande capital apostam
hoje de novo no ataque às liberdades, à democracia, à soberania, na violência,
na
guerra,
para tentar ultrapassar a crise estrutural do capitalismo e travar a inevitável
resistência dos trabalhadores e dos povos face à ofensiva deste brutal sistema
de opressão
e
exploração. Particularmente cínica e perversa é a campanha para, em nome da
justa condenação da cruel perseguição nazi aos judeus, procurar justificar os
crimes do regime sionista de Israel contra o povo palestiniano e a ocupação
violenta e ilegal de territórios da Palestina.
Num
tempo em que a Humanidade enfrenta de novo a ameaça do fascismo e da guerra, o
PCP, levantando a bandeira da paz e da verdade, do combate contra a mentira e a
falsificação
histórica,
contra o fascismo e a guerra, apela à consciência e mobilização dos democratas
e anti-fascistas para que nunca mais se repitam Auschwitz, os horrores do
nazi-fascismo e da
guerra.
27.01.2020
O
Gabinete de Imprensa do PCP
1 comentário:
Como sempre,a luta ideológica,tem a ver com a luta de classes.A "besta" ronda de novo os povos e assistimos a situações bem gritantes.Cabe-nos alertar,denunciar e estar sempre alerta.Abraço
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