segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Ler e pensar

Público
27 de Janeiro de 2020
Elísio Estanque
Opinião

Ao contrário do que apregoam alguns eufóricos propagandistas das virtudes do neoliberalismo, e das suas repetidas loas ao “Brave New World” digital do século XXI, há uma outra “Metropolis” sombria que se esconde sob esta cortina de fumo.
 
5. Conflitualidade. Se a crispação social tende a aumentar, os cenários de uma maior conflitualidade social tornam-se verosímeis e até prováveis. Ao lado das lutas mais gerais em torno do ambiente, o foco das disputas laborais prevê-se que se centre em questões como: salários, horários de trabalho, direitos e contratação coletiva. Os protagonistas do conflito tendem a desdobrar-se em várias frentes e domínios: os sindicatos tradicionais continuam importantes e com capacidade mobilizadora, sobretudo junto dos setores mais estáveis do emprego, e com pessoal mais qualificado; novos modelos de sindicalismo vão multiplicar-se (como temos visto), com setores nevrálgicos a tentar usar o seu poder de barganha junto do Estado e dos empregadores; novas plataformas digitais poderão tornar-se ferramentas decisivas para o associativismo dos setores precários, hoje mais alheios ao sindicalismo tradicional; e, por fim, é possível que a conflitualidade na escala transnacional ganhe mais força, em especial no contexto europeu.




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