Este livro não é só a correspondência comum entre dois dos nossos intelectuais de referência; é a amizade como substância, a exaltação do outro e a entreajuda efetiva na crítica assertiva e logo agradecida; é um recado à intelectualidade que se digladia e não se respeita, a imagem perfeita de nobres sentimentos que se não podem perder.
CARTA 45
MÁRIO DIONÍSIO
Meu caro Joaquim
Acabo de receber o último número de “Vértice” e de ler as palavras que me dedicaste a propósito da atribuição do Prémio. Calculas como elas me agradaram e comoveram. Só receio que nelas possa ter pesado, mais do que o rigor do crítico, o entusiasmo do amigo velho e firme que sempre tens sido.
Seja como for, obrigado e obrigado!
Um grande abraço do teu amigo, igualmente velho e firme.
Mário
Fev. 64
CARTA 40
Meu caro Mário
“Estás enganado, não me senti ofendido com a tua primeira carta – não ofende um verdadeiro amigo aquele que lhe põe claramente as suas dúvidas. O que me poderia ofender seria não as pores e deixares que, dentro de ti, elas corroessem a nossa amizade. Assim não sucedeu e espero que nunca suceda.”
Um grande abraço do teu amigo certo
Joaquim
Coimbra 1-1-55
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