UM HOMEM
É um pequeno município onde em 1981
residiam 5137 pessoas, hoje não vai além de 3191. Que diferença poderá fazer um indivíduo a menos principalmente se essa criatura já chegou aos
78 anos?
O homem sentiu-se mal e
dirigiu-se, muito naturalmente, ao Centro de Saúde que, para seu infortúnio havia encerrado
às 18 horas, e, o homem, não era mais que um homem, ainda teve tempo de ir morrer no carro onde se fizera transportar. Foi
encontrado sem vida às 18,37.
Acontece que no Centro “muitas vezes não atendem casos de urgência” e quando isso acontece os bombeiros têm de
contactar o INEM para saberem para onde devem conduzir os doentes, “que normalmente, é para Coimbra”, a
uma hora de viagem.
Os bombeiros confirmam que ainda não há muito tempo aconteceu um caso semelhante.
Uma vez que estas questões se tornam
rotineiras, a população, que na sua maioria deve ser composta por idosos, já sabe o que lhe pode acontecer e, porque de rotina se trata, nada as
surpreenderá.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) ao transformar utentes em números, poderá concluir que a percentagem pessoas que morrem à porta dos Centros de Saúde em Portugal é mínima em relação aos pacientes nos Estados Unidos da
América onde mais de 40 milhões de cidadãos, sem direito a cuidados médicos, não têm dificuldade em encontrar locais para morrer.
Nós vamos pelo mesmo caminho, e nesta viagem para o inferno, ficaremos a
saber que o tal sonho americano, não é mais que um horrível pesadelo.
Entretanto, os peritos, (perito, neste caso é sinónimo
de cangalheiro) sugerem que se criem as
condições para se morrer mais cedo, logo em criança, para aliviar o SNS que desejam transformar em antecâmara da morte.
Será que esta
alcateia vai continuar por muito mais tempo a espalhar o desespero e a morte?
2 comentários:
É gente sem escrúpulos,capaz de tudo até assassinar o povo indefeso.
Um abraço,
mário
Um homem de 78 anos e ainda por cima pobre? Que interessa!!!
E os milhões que morrem nos E.U. sem assistência médica, que interessam também.
O que interessa é fazer a guerra para preservar as "democracias" e a "paz" lá do Oriente ou noutros lugares que não lhes são afetos.
Que mundo infeliz, este.
Um beijo.
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