quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Um homem sem importância

UM HOMEM


É um pequeno município onde em 1981 residiam 5137 pessoas, hoje não vai além de 3191. Que diferença poderá fazer um indivíduo a menos principalmente se essa criatura chegou aos 78 anos?

O homem sentiu-se mal e dirigiu-se, muito naturalmente, ao Centro de Saúde que, para seu infortúnio havia encerrado às 18 horas, e, o homem, não era mais que um homem, ainda teve tempo de ir morrer no carro onde se fizera transportar. Foi encontrado sem vida às 18,37.

Acontece que no Centro “muitas vezes não atendem casos de urgência” e quando isso acontece os bombeiros têm de contactar o INEM para saberem para onde devem conduzir os doentes, “que normalmente, é para Coimbra”, a uma hora de viagem.

Os bombeiros confirmam que ainda nãomuito tempo aconteceu um caso semelhante.

Uma vez que estas questões se tornam rotineiras, a população, que na sua maioria deve ser composta por idosos, sabe o que lhe pode acontecer e, porque de rotina se trata, nada as surpreenderá.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) ao transformar utentes em números, poderá concluir que a percentagem pessoas que  morrem à porta dos Centros de Saúde em Portugal é mínima em relação aos pacientes nos Estados Unidos da América onde mais de 40 milhões de cidadãos, sem direito a cuidados médicos, não têm dificuldade em encontrar locais para morrer.

Nós vamos pelo mesmo caminho, e nesta viagem para o inferno, ficaremos a saber que o tal sonho americano, não é mais que um horrível pesadelo.


Entretanto, os peritos, (perito, neste caso é sinónimo de cangalheiro) sugerem que se criem as condições para se morrer mais cedo, logo em criança, para aliviar o SNS que desejam transformar em antecâmara da morte.

Será que esta alcateia vai continuar por muito mais tempo a espalhar o desespero e a morte?

2 comentários:

trepadeira disse...

É gente sem escrúpulos,capaz de tudo até assassinar o povo indefeso.

Um abraço,
mário

Graciete Rietsch disse...

Um homem de 78 anos e ainda por cima pobre? Que interessa!!!
E os milhões que morrem nos E.U. sem assistência médica, que interessam também.
O que interessa é fazer a guerra para preservar as "democracias" e a "paz" lá do Oriente ou noutros lugares que não lhes são afetos.
Que mundo infeliz, este.

Um beijo.