domingo, 1 de março de 2015

A MASSA CINZENTA



Tempos houve em que os que além do cérebro utilizassem as mãos para trabalhar, só a partir da quinta geração os seus descendentes poderiam chegar ao poder. A classe opressora ainda hoje faz cair o anátema sobre o trabalho manual, denegrindo-o para melhor o explorar. Acontece, porém, que os cérebros usados como instrumentos para menosprezar a mão, se tornaram eles próprios reféns da classe opressora sem que disso se apercebam, e porque não têm consciência de classe, sonham ser poder ou seu instrumento.
No espectro político português, os dirigentes constituem uma caldeirada de massa cinzenta que só utiliza as mãos para limpar o traseiro, não obstante, arregimenta-se para conduzir os destinos das mãos que desdenham.
 
 
Agrupam-se cérebros que, com o apoio dos mídia, formam partidos político-apolíticos, formula muito em voga, onde abundam os historiadores que nos contam estórias, juristas de lábia fluente, gente de letras para nos impingir tretas ou artistas incluindo prestidigitadores. Um circo onde não faltam leões e camelos, o palhaço rico e, para nos alegrar, o pobre Anhuca.

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Ao ler este post lembrei-me AS MÃOS E O ESPÍRITO de Óscar Lopes que sempre me deixou maravilhada. Um abraço.