Marcelo na Madeira, «agora e sempre com Jardim»
16 de
January de 2016
A memória é curta, sabe-se. Mas por
isso mesmo é que é indispensável que todos contribuamos para a reavivar
permanentemente.
Vem isto a propósito da recentíssima passagem do candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa pelo Funchal.
Recebido com pompa e circunstância por Miguel Albuquerque, actual Presidente do Governo Regional, e toda a nomenclatura laranja local (que durante anos esteve sempre de joelhos e rabo a abanar perante o grande líder Alberto João Jardim), Marcelo teve ainda o grato prazer de ter de novo junto de si aquele que durante quase 40 anos foi o desqualificado e apalhaçado soba do arquipélago, que governou impunemente com direito a bombas, uma “Frente de Libertação Armada”, perseguições permanentes a cidadãos e à liberdade de imprensa, insultos soezes aos ‘cubanos’ e seus representantes e, cereja em cima do bolo, delapidador infame de dinheiros públicos. Sempre com o ámen da Igreja e dos líderes nacionais do partido laranja. (RC)
Vem isto a propósito da recentíssima passagem do candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa pelo Funchal.
Recebido com pompa e circunstância por Miguel Albuquerque, actual Presidente do Governo Regional, e toda a nomenclatura laranja local (que durante anos esteve sempre de joelhos e rabo a abanar perante o grande líder Alberto João Jardim), Marcelo teve ainda o grato prazer de ter de novo junto de si aquele que durante quase 40 anos foi o desqualificado e apalhaçado soba do arquipélago, que governou impunemente com direito a bombas, uma “Frente de Libertação Armada”, perseguições permanentes a cidadãos e à liberdade de imprensa, insultos soezes aos ‘cubanos’ e seus representantes e, cereja em cima do bolo, delapidador infame de dinheiros públicos. Sempre com o ámen da Igreja e dos líderes nacionais do partido laranja. (RC)
Jardim, hoje remetido piedosamente
para um canto, sempre que tem uma oportunidade aparece em público como um
fidalgo arruinado mas com grandes ares – e, como se sabia de antemão, não
desperdiçou a oportunidade de vir publicamente manifestar apoio ao seu velho
correligionário, hoje candidato laranja a Belém mas disfarçado de independente
e suprapartidário…
Foi um encontro de velhos compinchas
que sempre se admiraram mutuamente, mesmo quando Marcelo era líder nacional do
PPD-PSD e sempre aparou o jogo antidemocrático e apalermado do soba –
independentemente de uma rábula ou outra a fingir de zanga, pois ontem, como
hoje, o importante era ter uma mão cheia de votos à disposição para qualquer
necessidade…
E para que não pensem que eu sou um
exagerado, limito-me a recordar uma pequena parte de uma extensa reportagem
que, em forma de livro com 525 páginas (“Jardim, a Grande Fraude”) publiquei em
2011.
Nesse trabalho, dediquei um capítulo
inteiro ao que se passava na Festa anual do PSD Madeira, um espectáculo marado,
tenebroso e caríssimo, onde Jardim, sempre meio ou completamente grosso depois
de visitar todas as tendinhas, bolsava um discurso rasteiro e insultuoso para
os seus adversários políticos locais e brindava os cubanos – isto é, os
portugueses do continente – com os dislates mais desqualificados que depois de
Abril se ouviram a agentes políticos.
Pois bem: Marcelo Rebelo de Sousa,
quando dirigente máximo do PSD nacional, não se coibiu de ir ao Chão da Lagoa
apoiar, de uma forma escabrosa, o seu camarada soba regional. Para se ter uma
ideia da sem vergonha de Marcelo – ontem como hoje, de resto – transcrevo a
seguinte prosa de Mário Ramires publicada no semanário Expresso em 1997 e que
integrei no meu livro:
“Marcelo, madeirense também (1997)
Pelo segundo ano consecutivo, Jardim teve a companhia
do líder nacional do partido, Marcelo Rebelo de Sousa, que levou consigo
Manuela Ferreira Leite, Nuno Morais Sarmento, José Luís Arnaut e Carlos Horta e
Costa. Todos se misturaram alegremente com os dirigentes regionais do PSD, como
Jaime Ramos e Carlos Machadinho. Escreveu Mário Ramires:
“Na hora das intervenções políticas,
‘e o Marco Paulo é logo a seguir aos discursos’ – como não se cansava de
repetir o animador de serviço –, ‘autonomia total foi a palavra de ordem do 1º
orador, Jaime Ramos (claro!). O homem prometia voltar a reclamar “um
país, dois sistemas” para Portugal e a Madeira, qual China com Hong Kong e
Macau.
(…) Jardim subiu ao palco. (…) Botou
discurso: contra o “poder socialista de Lisboa”, contra o “regime
corporativista tal como era no tempo de Salazar”, contra aqueles que “têm
rótulos de socialistas e estão feitos com os grandes capitalistas”.
“(…) Precisamos agora de Marcelo
Rebelo de Sousa para acabar com essa pouca vergonha”. (…) Marcelo retribuiu-lhe
o mimo: “Alberto João Jardim conta com o meu apoio político e pessoal agora e
sempre”.
Marcelo falou de autonomia e da
“vitória” na revisão constitucional, com o fim de “todos os poderes políticos
importantes” dos ministros da República, e quebrou os últimos ‘muros’ quando,
qual Kennedy berlinense, disse: “Na vossa companhia, sinto-me um madeirense
também”. Seguiu-se Marco Paulo. (15 – “Jardim nas nuvens”, Mário Ramires,
Expresso , 02.08.97)
Mais palavras para quê?
Quem quiser um Presidente tipo
Marcelo que o compre. Mas depois não se queixe.
Ribeiro Cardoso
1 comentário:
Sim,mais palavras para quê?É um malabarista português e o Zé,que não lê,só vê tevê,aplaude.Abraço
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