quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A Temer e à sua corja




ALMA DE CÔRNO

Alma de côrno – isto é, dura como isso;
Cara que nem servia para rabo;
Idéas e intenções taes que o diabo
As recusou a ter a seu serviço –

Ó lama feita vida! ó trampa em viço!
Se é p’ra ti todo o insulto cheira a gabo
– Ó do Hindustão da sordidez nababo!
Universal e essencial enguiço!

De ti se suja a imaginação
Ao querer descrever-te em verso. Tu
Fazes dôr de barriga á inspiração.

Quér faças bem ou mal, hyper-sabujo,
Tu fazes sempre mal. És como um cú,
Que ainda que esteja limpo é sempre sujo.

 Fernando Pessoa
Nota: reprodução do poema respeitando a grafia original do fac-símile.

1 comentário:

Olinda disse...

"Cá estou outra vez com lágrimas nos olhos-inúteis como atirar rosas para um vulcão-J.G.Ferreira.Estou triste,sim!Não por Dilma,mas por todo o povo americano.Até,pensando melhor,por Dilma também.Erros não são crimes.Nesta altura estar contra Dilma,é estar com Temer e sua corja,esses sim,verdadeiros criminosos!Não há meio termo.A hora é grave.