quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Após o fogo-de-artifício mediático

apanham-se as canas e varrem-se as cinzas
in, Público 12/01/2017

Por que foi tão pouca gente ao funeral de Soares?

«Não faltou nada ao funeral de Mário Soares. Honras de Estado. Três dias de luto nacional. Fotografias espalhadas pela capital. Altos dignitários. O rei de Espanha. Uma cerimónia impecavelmente organizada. Momentos íntimos e comoventes. A voz de Maria Barroso a declamar “Os dois sonetos de amor da hora triste”: “Quando eu morrer – e hei-de morrer primeiro/ Do que tu – não deixes de fechar-me os olhos/ Meu Amor.” O belíssimo discurso de Isabel Soares. As televisões e as rádios em directo. Jornais e revistas desdobrando-se em homenagens. Não faltou nada. Excepto gente.
A desproporção entre a cerimónia oficial e a cobertura mediática, por um lado, e o número de pessoas na rua, por outro, foi tão gritante que Ferro Rodrigues veio justificar a falta de povo com o facto de ser “dia de trabalho” e de muitos estarem ali “em pensamento”. Mas quando os campeões europeus chegaram a Portugal a 11 de Julho também era dia de trabalho, e nem por isso o país deixou de sair à rua. “Hoje é feriado!”, proclamou Éder na Alameda. Não era. Mas parecia. Com Soares não se passou nada disso, e o argumento de que só o futebol faz mover multidões não colhe: o funeral de Cunhal, em 2005, foi acompanhado por um banho de gente, e as fotos da Avenida Morais Soares apinhada de bandeiras vermelhas impressionam. Como justificar este abismo na adesão popular?» Ler AQUI

Nota, funeral de Cunhal segunda-feira 13.06.2005

2 comentários:

Olinda disse...

Nem sempre a propaganda funciona!Afinal,o povo,não pensa que são todos iguais.Abraço

Unknown disse...


É que o povo desce a rua para celebrar Abril e não Novembro.

João Pedro