quarta-feira, 8 de março de 2017

OTAN da Cultura e dos Mass Media

28 embaixadas dos países membros da OTAN
1.550 delegados dos países membros da OTAN
1.700 empregados internacionais da OTAN (tanto civis como militares)
800 empregados das agências da OTAN
CUSTO TOTAL DO PROJETO
Um bilião e cem mil milhões de euros

OTAN da Cultura e dos Mass Media
Invadidos, explorados e desinformados… mas entretidos.

Há uma versão Cultural e Mass Media da Organização do Tratado Atlântico Norte composta por alianças estratégicas, entre monopólios diversos, sob um plano bélico orientado – também – para manipular as cabeças, as emoções e os imaginários. E surge pela “tele”. Trata-se de implantar divisão e ódio, conflitos religiosos, linguísticos, exclusão e racismo de todas as modalidades, é a sua receita anexa para explorar os povos e anestesiá-los. O negócio consiste em manter uma força dúctil, especializada em resposta rápida e ubíqua para destruir ou criminalizar todo aquele que incomode. Alienação do Atlântico Norte esparramado por todo o orbe. Não fica muito caro.

Se, por exemplo, se trata de acusar a Rússia, os oito estados membros da OTAN (EUA, França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido) terão à sua disposição redes de TV, rádio, imprensa e “redes sociais” oleadas permanentemente para justificar perante os olhos da sua “opinião pública”, qualquer barbaridade em nome da “paz” e da “ordem” internacional. E agora querem exportar isso para a América-Latina sob o controlo dos interesses mercantis militares. E há os que estejam felizes em Israel e na Colômbia.

Os impérios na sua fase atual, para forçar uma saída para as aflições das suas crises de sobreprodução, não desenvolvem só bases económicas. A exaltação militarista que desliza na moral burguesa com identidade OTAN, expressa as formas imperiais de expandir o capitalismo amante da guerra rentável contra todo o mundo. Os seus pássaros que mais chilreiam estão na ditadura bancária e na imprensa, cheias de petulantes dispostos a calcinar a realidade com saliva de opiniosos servis das propinas da casa branca. Temos nomes de sobra.
Há consórcios mediáticos transnacionais de joelhos ante a OTAN para estampar e enaltecer as suas loucuras militares nos nossos próprios narizes. Fazem passar a sua ética macabra como moral diplomática necessária para a aplicar contra os mais débeis mas disfarçados mediaticamente de “terroristas”. Os Estados Unidos impondo-se à União Europeia com a sua OTAN mediática dirige o extermínio da incómoda Líbia, Síria, Iémen, Iraque, Ucrânia, Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia…
Os “serviços de inteligência” impulsionam, com os seus “métodos” e “estímulos”, canais de TV, medias de todo o tipo e comentaristas, para adulterar os valores nacionais, alentar o consumismo, semear o ódio, injetar medo e criminalizar líderes sociais. Têm falsificado cenas bélicas filmadas especificamente para desmoralizar os povos! Têm linchado mediaticamente ”Deus e Santa Maria”… E isso não ocorreu só em “zonas de conflito” europeias, está ocorrendo em todo o mundo. Televisa, Globovision, Clarin, a Globo, por exemplo.
Centenas de recursos mediáticos operam tanto na Síria como em Santiago do Chile sob o mesmo jugo castrense. Há edifícios apetrechados – exclusivamente – que operam como aríetes da vingança burguesa contra tudo o que sonhe a povos em rebeldia. Os “hackers” equipados com visão espia penetram por onde quiserem (estilo Obama) para operar infatigavelmente com a mesma lógica da OTAN mas disfarçados de “defensores da liberdade de expressão”. Por outro lado, por exemplo, suspendem com decretos-lei e regulamentos especializados Meios de Comunicação. A guerra Mediática Global com o método OTAN tem posto o mundo às avessas. Entretanto cresce o assassinato de jornalistas (México, Honduras…) e os que sobrevivem trabalham desprotegidos, sem condições adequadas de autodefesa. Quem toma a iniciativa de informar a verdade sobre o mal-estar social e suas lutas está em perigo.
Setenta e dois jornalistas pereceram nos últimos seis meses deste ano.
Exageramos? Uma pequena amostra. Em janeiro de 1955, no Palácio de Chaillot em Paris, reuniu-se o “Comité de Cultura e Informação Pública da OTAN” e criaram, O “Festival da Canção Eurovisão”! Tal e qual. Além disso estabeleceram uma agenda de “ideias” para desenvolver “relações culturais” entre as nações que de imediato seriam submetidas ao negócio da guerra. Para isso era indispensável uma aliança entre os donos das televisões europeias. Criaram o seu mapa tecnológico estratégico e a sua “plataforma” disfarçada de “entretenimento”. O primeiro “Festival” devia realizar-se em abril de 1956.
A OTAN armou-se com um grande esquadrão de comunicação a grande escala. Milhões de pessoas, em todo o mundo, uniformizaram o seu olhar e os seus sentimentos sob uma só bandeira, a do espetáculo que torna invisíveis as invasões e os seus campos da morte. Aplausos e gritos, farândola à discrição, prémios de glamour e revistas cor-de-rosa. Tudo pode ser consultado nos mais de 23.000 documentos desclassificados.
A OTAN cultural e mediática tece o tapete debaixo do qual esconde os mortos que fabrica. A desinformação tem história como a da Somália e Ruanda que não tiveram, estas e todas, uma intervenção ética séria. Até que apareceu o relatório MacBride que foi congelado imediatamente. Hoje continuamos a sofrer, entre muitos outros, ataques mediáticos da chamada CNN que comparticipou, por exemplo, no “espetáculo” de linchamento de Saddam Hussein com as suas inexistentes Armas de Destruição maciça” com grande “rating”.
O método OTAN para desfigurar a opinião pública não é invencível. Demonstrou-o Fidel Castro, Hugo Chavez e os povos que continuam lutando. Neles reside uma miríade de fortalezas ainda que a OTAN leve a cabo operações difíceis de intercetar e contra-atacar. Os seus grupos de operações mediáticas e psicológicas com “Big Data” são os media. Assim se deve entender e os povos são chamados à emancipação Cultural e Comunicacional a curto prazo, desde as bases, ganhando a guerra semiótica, a disputa pela opinião pública e a nova Cultura e Comunicação Revolucionária que urge.

Dr. Fernando Buen Abad Domínguez
Universidad de la Filosofía

trad. CS/LA

1 comentário:

Olinda disse...

Uma organização tenebrosa,sem dúvida!Mas o verdadeiro sujeito da história,são os povos de todo o mundo e as suas referencias revolucionárias,como motor de estímulo.Abraço