terça-feira, 21 de julho de 2020

O nível

Estamos entre o esgar e o arroto: o riso alvar, a sensibilidade grosseira e a imbecilidade etílica. Entreter o povão com os milhões das transferências de treinadores e bonecos de corda, é urgente, o desemprego sobe há que baixar o nível cultural, temas simples de modo a prender os desempregados frente aos esgotos televisivos, não venham eles para a rua exigir uma atenção pelo menos igual à que é dada ao sector bancário.


Os universitários, futuros dirigentes, alegram as suas festas com a boçalidade própria da classe, o burguesada balofa rebola-se com gargalhadas de plástico, guinchos de matraquilhos.

Há programas especiais para dar cobertura à chegada de um ai-jesus do futebol. Compreende-se, não é?

A consulta de um meu amigo foi adiada quatro vezes, acabou por dar entrada nas urgências, e já não saiu do hospital Garcia da Horta pelo seu pé.
É a vida, como diria Guterres.

1 comentário:

Olinda disse...

Indigna tanta indignidade!O homem formatado é o objectivo do poder e a crise do capitalismo ataca em várias vertentes,nomeadamente a cultura,geradora de conhecimento.Digo convicta,que os programas de TV,durante o fascismo,eram superiores aos presentemente apresentados.Abraço