quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Da «A situação da Saúde – a resposta necessária à epidemia»

 

“Portugal não pode aceitar que os interesses egoístas dessas grandes farmacêuticas prevaleçam sobre o direito à saúde e à vida das populações.”

 

Extrato da Declaração de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP

(02.02.2021)

«A situação da Saúde – a resposta necessária à epidemia»

 

«O Governo tem ao seu dispor todos os instrumentos legais para concretizar a mobilização e a requisição dos meios necessários para garantir esses objectivos, incluindo os meios do sector privado onde e quando se verifique essa necessidade, sempre sob a direcção do SNS.

A vacinação assume, neste quadro, um importante meio de combate ao vírus e de preservação de vidas. O acesso à vacinação tem de ser inscrito como objectivo essencial, não sujeito a políticas de racionamento e aos interesses das grandes farmacêuticas multinacionais, nomeadamente americanas, que querem ter o monopólio do negócio.

Colocar Portugal dependente unicamente da União Europeia está a constituir-se, como se prova, factor de condicionamento do acesso rápido e de acordo com as necessidades do País.

Impõe-se que se definam com clareza critérios de acesso à vacinação, apurando e combatendo de forma firme abusos e aproveitamentos. E impõe-se decisivamente que o Governo assuma a decisão soberana de aquisição de vacinas noutros países, garantindo assim a mais rápida universalidade de acesso dos portugueses à vacinação.

Nada justifica que o Governo português fique condicionado a adquirir vacinas fora do quadro das empresas já aprovadas pela União Europeia e limitado aos seus restritos contingentes.

Portugal não pode aceitar que os interesses egoístas dessas grandes farmacêuticas prevaleçam sobre o direito à saúde e à vida das populações.

O financiamento público em cerca de 11 mil milhões de euros e a contribuição de milhares de médicos, cientistas e enfermeiros e doentes de todo o mundo, foram a chave deste feito científico, que permitiu, em menos de uma ano, descobrir a vacina, e não podem servir para as farmacêuticas aumentarem os seus lucros e por isso devem ser consideradas um bem público mundial acessível a todos.

E a todos os portugueses que têm sentido as dificuldades que esta situação impõe nas condições de vida, no emprego e no salário, no isolamento ou na solidão, queremos deixar também uma palavra de esperança e confiança. Sabemos que a solução do problema de saúde tem consequências pesadas e está já a colocar dificuldades muito grandes a milhares de pessoas e famílias. O PCP continuará a intervir para que esses problemas sejam atendidos e ultrapassados com as correspondentes medidas sociais prioritárias.»

 

 

1 comentário:

Olinda disse...

Certo.Também Putin apelou ,em Davos,à cooperação internacional para garantir vacinas a todos os países,principalmente nos mais pobres.Abraço.