O NYT publicou recentemente um artigo intitulado: “Cuba aproxima-se de uma conquista científica: a produção em massa de uma vacina contra Covid-19.”
O manual ABC do jornalismo estabelece, entre outras coisas, que em todos os artigos do jornal os primeiros parágrafos devem expressar a essência da mensagem que se pretende fazer chegar ao leitor. Da mesma forma, fica estabelecido que sendo para ser interpretado pelo público-alvo, devem ser levadas em consideração as características, perceções e cultura de quem vai receber a mensagem.
O NYT publica fundamentalmente para o público norte-americano, não para o cubano, isso faz com que sua mensagem responda aos padrões que os norte-americanos têm sobre o assunto.
No caso presente, o título é obviamente usado como um isco para atrair a atenção do leitor e, assim, atingir o objetivo desejado.
O primeiro parágrafo é, evidentemente, um sinal de que o objetivo não é destacar a evidente conquista da ilha sitiada, mas tentar desviar o facto quando se afirma: “No meio da escassez de pão, a ilha entrará na fase final de testes da Soberana 02, uma vacina contra o coronavírus criada por cientistas cubanos. De acordo com os planos do governo, poderão inocular toda a população e os turistas.”'
A intenção inicial é evidente, primeiro tentar dar uma imagem de uma crise insustentável e de fome, para depois rematar com a ideia tortuosa de vacinar os turistas. Ambas as intenções são reforçadas durante a artigo com o objetivo de questionar a atitude do governo, que utiliza recursos numa vacina quando a população está morrendo de fome e, por outro lado, insinua a ideia que posteriormente tenta reforçar com a mensagem que pretende destruir a carga de humanismo que existe no esforço cubano para resolver um problema que diz respeito não só a Cuba, mas a toda a humanidade.
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1 comentário:
Completamente de acordo.Do NYT,nunca poderia sair o reconhecimento de Cuba pôr a ciência ao serviço da humanidade.Todavia,acho que,para uma mentalidade capitalista como a do NYT,também será difícil reconhecer o carácter humanista dos avanços da biotecnologia cubana,inclusivamente em investigação no aperfeiçoamento alimentar.Quem vê tudo numa óptica de muito dinheiro é difícil reconhecer isso num país pobre.Abraço
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