Público 04/03/2022
A guerra ao PCP
Carmo Afonso
«Mas porque está a ser acusado o PCP?
O PCP está a ser acusado por não abdicar de posições que
defende há muitos anos e que se prendem com a atuação do
imperialismo americano e da NATO, de as relacionar com esta guerra estabelecendo um nexo de causalidade e de, é um bom exemplo, dizer “intervenção militar” em vez de invasão”. A facilidade com que se mudariam umas linhas nos comunicados e se passaria a agradar a este tribunal coletivo. Mas não, o PCP não está aqui para agradar a ninguém. Continua irredutível a dizer aquilo que entende e contido a não dizer aquilo que querem que diga.
Há quem ache esta característica um defeito. Não é. Chama-se consistência. E chama-se também coragem e cálculo político. O PCP sabia muito bem que se estava a posicionar de forma a expor-se ao que lhe aconteceu; uma avalanche rude deanticomunismo. Só isto já tem valor. Um partido que insiste naquilo em que acredita e que parece indiferente às reações imediatas que provoca. São as vantagens de se ter cem anos.»
1 comentário:
Crónica com lucidez.São poucas,mas existem.Abraço
Enviar um comentário