quarta-feira, 6 de junho de 2012

QUANDO OS TRABALHADORES PERDEREM A PACIÊNCIA

Reparem bem neles, não os esqueçam, aparentam normalidade, confundem-se com qualquer um de nós, mas são sádicos e perversos, apertam o garrote e elogiam a "extrema paciência" da vitima.
Não os esqueçam e ajam em conformidade.
 

QUANDO OS TRABALHADORES PERDEREM A PACIÊNCIA

As pessoas comerão três vezes ao dia
E passearão de
mãos dadas ao entardecer
A
vida será livre e não a concorrência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
Certas pessoas perderão seus cargos e empregos
O
trabalho deixará de ser um meio de vida
As
pessoas poderão fazer coisas de maior pertinência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

O mundo não terá fronteiras
Nem estados, nem militares para proteger estados
Nem estados para proteger militares prepotências
Quando os trabalhadores perderem a paciência

A pele será carícia e o corpo delícia
E os
namorados farão amor não mercantil
Enquanto é a fome que vai virar indecência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Não terá governo nem direito sem justiça
Nem juízes, nem doutores em sapiência
Nem padres, nem excelências

Uma fruta será fruta, sem valor e sem troca
Sem que o humano se oculte na aparência
A
necessidade e o desejo serão o termo de equivalência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Depois de dez anos sem uso, por pura obsolescência
A filósofa-faxineira passando
pelo palácio dirá:
“declaro
vaga a presidência”!

 Mauro Iasi é Professor da UFRJ

1 comentário:

trepadeira disse...

A minha já se foi há muito.

Um abraço,
mário