Os idosos, a partir dos 65 anos, são o alvo a abater, abriram a porta ao canil e os cães de fila não lhes dão tréguas. Este governo é composto por executores que eliminam a esperança, os sonhos e a própria vida…
«A
nossa pátria foi
contaminada com a já conhecida peste grisalha.»
Carlos Peixoto, advogado e deputado do PSD pelo Distrito da Guarda
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“A interrogação sobre o envelhecimento, é uma interrogação sobre os limites do Homem e a sua liberdade”
Naissance de la Vieillesse –
Claude Olievenstein
Na fachada de um prédio onde se reúnem alguns idosos, pode
ler-se: “Pedimos desculpa por
continuarmos vivos”.
A decisão de colocar o cartaz com estes dizeres surgiu após uma discussão havida durante uma sessão de convívio, quando atónitos
leram num vespertino as preocupações de um governante pelo facto de termos tantos idosos e das dificuldades financeiras em suportar tamanho fardo.
Em alguns dos presentes, muito naturalmente,
instalou-se um sentimento de culpa e grande desconforto por continuarem
vivos, e esse ferrete que constantemente os caustica
e marginaliza surge, unicamente, por não usufruírem
de fortuna pessoal
Porque a questão não reside na idade, mas na classe a que se pertence desde o berço à cova: “a rica teve um menino, a pobre pariu um moço”, “o pobre é enterrado
o rico vai para o jazigo”.
O socialmente desafogado nunca foi um peso para a sociedade, só o pobre é um estorvo.
Desde os medicamentos à mortalha, tudo é
contabilizado ao reformado desafortunado. Contabilidade de classe, hipócrita, venenosa.
O que devemos contabilizar é o por quanto ficou aos pobres os que hoje os
contabilizam; quem lhes pagou com trabalho árduo e salários de miséria, exploração acima de todos os limites, os estudos que fizeram, os
cuidados de saúde que tiveram, os
benefícios de que usufruem.
Quem lutou para que tivessem a
protecção social que hoje lhes sonegam?
Por maldade ou descalabro mental, colocam tudo às avessas esse burrocratas
que usam gel no bestunto para se
distinguirem dos asnos, estes últimos, infelizmente, em via de extinção.
Há como que um sentimento de inveja e de
rejeição perante o idoso. Inveja porque receiam não atingir a sua idade e repúdio porque deixou de produzir. “Paradoxo dos tempos modernos: a ciência faz recuar todos os dias a morte; os discursos de compaixão para com os velhos fazem parte da nossa liturgia
quotidiana”. Assim se expressa Viviane
Forrester in “Uma estranha ditadura”.
Contabilizando e dificultando o direito aos cuidados médicos estes
ultraliberais que condenam a eutanásia em casos extremos,
praticam-na, diariamente, com a frieza própria dos assassinos em série.
«Governo estuda corte no subsídio dos mais velhos»
«O Governo já tem um estudo em que defende novos cortes no subsídio de
desemprego, mais concretamente nas majorações aos
desempregados mais velhos, seguindo recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE).»
Os Mercados agradecem,
os idosos definham e a canalha rejubila
2 comentários:
Estamos perante gente de mentalidade fascista,saîdos formatados de universidades que lhes condicionam o raciocinio e, preparados para proteger e perpetuar o capitalismo,Mas,nao sabem,que o motor da histôria ê o povo.
De facto a velhice é mesmo um problema de classe.
Vamos à luta.
Um beijo.
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