PC [pesé]. s.
m. (Ing., sigla de Personal Computer). V. Computador pessoal.
(pág. 2790)
Se encontrarem nos
meus textos
a sigla PC é porque
me estou a referir
ao Personal Computer (PC), e não ao Partido Comunista Português cuja sigla PCP o
dicionário não contempla. Esta advertência
resulta de uma consulta ao Dicionário de Língua Portuguesa Contemporânea
da Academia
das Ciências de Lisboa, o tal que foi amplamente
badalado quando da inserção
do vocábulo “bué”, que
tanto escândalo
causou. Nele encontrarão as siglas de todos os partidos atuais ou já defuntos tais como PS,
PSD, CDS-PP, PP, UDP, PPM, PRD, PSN ou o
imberbe e sempre presente
BE.
As siglas
de todos os partidos
e partidinhos, alguns já metamorfoseados outros
que se eclipsaram, estão contempladas
neste instrumento de trabalho,
ou seja, há bué de siglas
partidárias, só o PCP foi “esquecido”. A
memória tem os seus
labirintos, o inconsciente
os seus abismos
e o sectarismo vastos
alçapões.
Compreende-se. O dicionário
levou décadas a concluir,
trabalho minucioso de Professores, Doutores,
Catedráticos e muitos,
muitos sábios
e sabichões da nossa
praça; o Personal Computer (PC) nasceu
há pouco e o PCP já completou 95 primaveras.
Um ou outro esquecimento, lapso
de algum relapso,
amnésia asinina
e outras deformações são naturais
aos pensadores. Quem
poderá duvidar da honorabilidade de tão Ilustres Personalidades (IP) que,
muito naturalmente,
teriam deixado por desmazelo,
distração ou preguiça
numa qualquer gaveta,
ou bolso,
ou…, uma sigla
que o seu
inconsciente desde
há muito vem apunhalando.
Consulto quase diariamente dicionários, enciclopédias
e outros depositários
da memória coletiva onde
encontro a marca
de classe de quem
os organizou.
Também em França, na ‘L’Histoire
au jour le jour’, (calhamaço de 1250 páginas) editado pelo “democrático” ‘Le
Monde’, que se propôs relembrar todos os acontecimentos
mundiais de relevo de 1944 a 1996, no mês de Abril de
1974 refere unicamente o dia 10 sem
qualquer alusão à Revolução dos Cravos tão
noticiada em França e cujas implicações ultrapassaram as nossas fronteiras.
Senhores da Academia das Ciências
de Lisboa, não tenham quaisquer pruridos, estes
calhamaços aceitam ou
rejeitam tudo o que
vos interesse
lembrar ou fazer esquecer, para
exaltação do sistema
e da classe que
defendem e promovem. Para o Le Monde o 25 de Abril não existiu, para o dicionário da Academia,
PC só o Personal Computer!
São opções, intenções,
posições, imposições,
inquietações, deformações:
Provocações!
Seus mauzões!...
1 comentário:
Habilidades corriqueiras:O que não consta,não existe.(Julgam eles...)Abraço
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