ACORDAI!
A campanha belicista esconde um
objectivo central: as eleições sul-coreanas de dia 9 de Maio, convocadas após
os enormes protestos populares dos últimos meses, que derrubaram a presidente
fantoche dos EUA.
*
Os bombardeamentos à Síria parecem
ter apaziguado as rivalidades na classe dirigente dos EUA. O que os dividia não
era o reaccionarismo de Trump. Era o medo de que fosse séria a promessa
eleitoralista de melhorar as relações entre as duas maiores potências
nucleares. Afastado o ‘perigo’ da paz, eclodiu a ‘paz’ … entre os senhores da
guerra.
Seria de supor que o belicismo desbragado de Trump gerasse divergências. Mas as
potências da UE alinham. O governo português manifesta «compreensão». Na nossa
AR brotam sucessivas tomadas de posição com dois traços: dirigem-se contra as
vítimas do imperialismo e recebem o voto favorável do CDS, PSD, PS e BE. Uma
delas, sobre a Síria, foi aprovada na própria manhã dos bombardeamentos ilegais
dos EUA.
As guerras imperialistas precisam da mentira. E quanto maior o crime, maior a mentira. Porque os verdadeiros objectivos são inconfessáveis. Sempre foi assim. Não faltam exemplos recentes. O que espanta é que ainda haja quem se autoproclame de ‘esquerda’ e leve água ao moinho das patranhas de guerra imperialistas. Que finja não ver. E que alimente assim a política de guerra e agressão.
Veja-se a campanha contra a Coreia do Norte (RDPC). A verdade histórica é irrefutável. Número total de países estrangeiros invadidos pela Coreia do Norte: zero. Mas a lista dos países agredidos pelos EUA e potências da UE e NATO é demasiado extensa para esta coluna. Inclui a própria Coreia, vítima entre 1950 e 1953 duma das mais criminosas guerras de sempre, que matou quatro milhões de pessoas (The Korean War, Bruce Cumings). Na qual o comandante das tropas dos EUA, General MacArthur, ordenou «a destruição de todos os meios de comunicação e todas as instalações e fábricas e cidades e aldeias», tendo as maiores cidades sido em grande parte literalmente arrasadas pelos EUA. Foi feita utilização intensiva do napalm e bombas incendiárias e o Estado-maior dos EUA propôs formalmente a utilização da arma atómica, não apenas na Coreia, mas também contra a China, solidária com o povo coreano. Qual o espanto de que a RDPC, olhando para o mundo de hoje e o destino de países que fizeram acordos de desarmamento com os EUA (Iraque, Líbia), aposte no desenvolvimento dos seus sistemas militares?
A campanha belicista esconde um objectivo central: as eleições sul-coreanas de dia 9 de Maio, convocadas após os enormes protestos populares dos últimos meses, que derrubaram a presidente fantoche dos EUA. Não é ‘propaganda russa’, mas a Voz da América (6.4.17) que confessa que «a Coreia do Sul está a apenas um mês duma eleição presidencial que provavelmente conduzirá a uma dramática mudança na política externa, que pode apaziguar as tensões entre as Coreias mas criará novas fricções na aliança com os EUA». Enorme perigo! Toca a impedir a paz na Península Coreana! E, à revelia da vontade de todo o povo coreano, toca a instalar os sistemas antimísseis THAAD. Perigosos, porque alimentam as tresloucadas teorias referidas pelo General Loureiro dos Santos (DN, 13.3.00) de que haverá «novas formas de fazer a guerra» porque «as armas atómicas […] para as grandes potências deixarão de ser um obstáculo». Há que acordar quem anda a dormir!
As guerras imperialistas precisam da mentira. E quanto maior o crime, maior a mentira. Porque os verdadeiros objectivos são inconfessáveis. Sempre foi assim. Não faltam exemplos recentes. O que espanta é que ainda haja quem se autoproclame de ‘esquerda’ e leve água ao moinho das patranhas de guerra imperialistas. Que finja não ver. E que alimente assim a política de guerra e agressão.
Veja-se a campanha contra a Coreia do Norte (RDPC). A verdade histórica é irrefutável. Número total de países estrangeiros invadidos pela Coreia do Norte: zero. Mas a lista dos países agredidos pelos EUA e potências da UE e NATO é demasiado extensa para esta coluna. Inclui a própria Coreia, vítima entre 1950 e 1953 duma das mais criminosas guerras de sempre, que matou quatro milhões de pessoas (The Korean War, Bruce Cumings). Na qual o comandante das tropas dos EUA, General MacArthur, ordenou «a destruição de todos os meios de comunicação e todas as instalações e fábricas e cidades e aldeias», tendo as maiores cidades sido em grande parte literalmente arrasadas pelos EUA. Foi feita utilização intensiva do napalm e bombas incendiárias e o Estado-maior dos EUA propôs formalmente a utilização da arma atómica, não apenas na Coreia, mas também contra a China, solidária com o povo coreano. Qual o espanto de que a RDPC, olhando para o mundo de hoje e o destino de países que fizeram acordos de desarmamento com os EUA (Iraque, Líbia), aposte no desenvolvimento dos seus sistemas militares?
A campanha belicista esconde um objectivo central: as eleições sul-coreanas de dia 9 de Maio, convocadas após os enormes protestos populares dos últimos meses, que derrubaram a presidente fantoche dos EUA. Não é ‘propaganda russa’, mas a Voz da América (6.4.17) que confessa que «a Coreia do Sul está a apenas um mês duma eleição presidencial que provavelmente conduzirá a uma dramática mudança na política externa, que pode apaziguar as tensões entre as Coreias mas criará novas fricções na aliança com os EUA». Enorme perigo! Toca a impedir a paz na Península Coreana! E, à revelia da vontade de todo o povo coreano, toca a instalar os sistemas antimísseis THAAD. Perigosos, porque alimentam as tresloucadas teorias referidas pelo General Loureiro dos Santos (DN, 13.3.00) de que haverá «novas formas de fazer a guerra» porque «as armas atómicas […] para as grandes potências deixarão de ser um obstáculo». Há que acordar quem anda a dormir!
*Este artigo foi publicado no
“Avante!” nº 2266, 5.05.2017
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