quarta-feira, 17 de junho de 2020

Anticomunismo É verdade que os comunistas comem crianças?

Anticomunismo

É verdade que os comunistas comem crianças?


“Dominaram-nos mais pelo engano que pela força”

O anticomunismo não é mais que a arte burguesa do engano na sua fase demencial. O anticomunismo não é uma prática abandonada - está vivo, há muitos e a vários níveis.

Uma das aberrações mais grosseiras, na ideologia da classe dominante, é o anticomunismo obsessivo e criminoso. Sem dúvida. O capitalismo converte todos os seus medos em armas de guerra, incluindo a ideológica. Uma dessas armas ocupa-se basicamente em fabricar calúnias contra o socialismo, fabricar mentiras sobre a política e os objetivos do pensamento socialista e comunista e, fundamentalmente, satanizar toda a revolução vinda dos trabalhadores, desprestigiar e enlamear as ideias de Marx-Engels, Lenine e Trotsky… entre outros, gastando fortunas com isso.

Os Anticomunistas usam tudo o que está ao alcance da sua imaginação doentia para confundir os povos, para os assustar e fazer-lhes crer que o projeto Comunista, que se desenvolve naturalmente na luta dos povos que querem ser livres, é obra do demónio, e que eles, como se fossem um Deus, estão no mundo para “ nos salvar ” de toda a tentação Comunista, o que inclui reprimir-nos e matar-nos. Para atingir os seus fins satânicos, necessitam reduzir o projeto comunista a uma caricatura simplista na qual, a verdadeira alternativa humanista que temos, a verdadeira salvação do mundo e os seus ecossistemas, não passem de um sonho e uma ilusão maligna que, evidentemente, só eles podem conjurar. Daí que, todos os anticomunismos, tarde ou cedo, se convertem em nazi-fascismo e sucedâneos.

 “Quem disse que o marxismo é a renúncia dos sentimentos humanos (…)? se, precisamente (…), foi o amor ao homem, à humanidade, o desejo de combater a infelicidade do proletariado, o desejo de combater a miséria, a injustiça, o calvário e toda a exploração sofrida pelo proletariado o que fez que, da mente de Karl Marx, surgisse o marxismo quando, precisamente, podia surgir uma possibilidade real e mais que uma possibilidade real, a necessidade histórica da Revolução social da qual Karl Marx foi interprete. Mas, “o que o fez ser esse interprete senão o caudal de sentimentos humanos de homens como ele, como Engels, como Lenine?”. Comandante Fidel de Castro?

É que o Anticomunismo, e os que o servem, detestam os povos, a classe trabalhadora e qualquer ideia cujo eixo seja o bem-comum, verdadeiramente comum, isto é, que inclua todos. Abominam a planificação económica e a opção socialista do projeto político, cultural, artístico e económico expresso no Manifesto Comunista de Marx-Engels que teve na Revolução Bolchevique uma expressão incipiente, rapidamente traída.

O Anticomunismo gosta de inocular os seus venenos, fazer circular as metástases desde as oligarquias burguesas aos cenáculos clericais. Propaga-se nas tertúlias “intelectuais” dos latifundiários e corre como pólvora nos escritórios dos gerentes bancários. Expressa de maneira doentia a degradação galopante em que está metida a ideologia burguesa, a ideologia dos aristocratas, a ideologia dos fanáticos. Como o capitalismo é incapaz de apresentar algum programa positivo que ofereça saída digna à humanidade e o planeta, tal como o pensamento socialista e comunista o apresenta, o Anticomunismo enfurece-se, exibe o seu ódio e demonstra o medo das classes privilegiadas, ante as lutas emancipadoras da humanidade.

O Anticomunismo sonha em paralisar o movimento revolucionário dos trabalhadores, almeja semear a desconfiança até à “batalha de ideias” e deseja criminalizar – e sufocar – todo o movimento autenticamente democrático desde a base. Não nos equivoquemos, o Anticomunismo não é só um conjunto de ideias (doentias) é, além do mais, a coluna vertebral da política burguesa e das suas redes imperialistas que, como vemos diariamente, aspiram eliminar, recorrendo a guerras, as ideias mais inspiradoras do projeto comunista tal como Marx o explicou.

O ódio Anticomunista desenvolveu-se nas cabeças e nos corações monárquicos europeus que lutaram contra as primeiras expressões revolucionárias. Os nazi-fascistas herdaram esse ódio que aplicaram na sua fase violenta e assassina só superada por si mesma. A sua tática consistia em semear medo e morte contra a Revolução Socialista, e perpetram o inimaginável e toda a monstruosidade. Também das suas trincheiras muitos sectários disfarçados de “nacionalistas” têm vindo a desenvolver o seu Anticomunismo, que inclui boa parte do conservadorismo, o liberalismo clássico e o neoliberalismo… organizando as suas próprias arremetidas assassinas Anticomunistas. Todos apostam, todos pagam. São essas as fontes que têm financiado escolas, bibliotecas e até “sábios” circunspectos, dedicados a injetar Anticomunismo ao “pensamento intelectual” na segunda metade do século XX, para não ir mais longe.

O anticomunismo ameaça a liberdade de pensamento e o esforço democrático e pluralista da Revolução. Pretende proibir e perseguir as ideias comunistas e pretende que se extermine o realmente comunitário, o comum, o comunista de povos inteiros tal como sucedeu em muitos países onde esse Anticomunismo assassinou milhares de lutadores. O Anticomunismo é a matriz onde se engendraram ideologias como o fascismo de Mussolini e o nazismo de Hitler com todas as suas variantes, umas mais acentuadas, outras mais “light”, mas todas assassinas.

As ideias comunistas têm sido perseguidas até nos lugares mais insuspeitos. Têm-nas proibido nas escolas e nos escritórios, nas fábricas e em casa. Em jornais, revistas, púlpitos e cátedras, têm apodado de “comunistas”, satanizando muitas ideias, crenças ou valores que lhes desagradam. Por exemplo, certo Anticomunismo disfarçado de “nacionalista” que defende os valores tradicionais das oligarquias, a “identidade nacional” dos patrões e dos seus círculos sociais como parte de um programa para os entronizar no poder e garantir-lhes o “prestígio”. Um dos casos mais terríveis é o dos Estados Unidos que fizeram do Anticomunismo a prioridade essencial da sua política interior e exterior, em que uma febre conservadora perseguiu, dentro e fora, todos aqueles que lhes parecia serem “simpatizantes do comunismo”. Uma perseguição exacerbada e sistemática com medidas conhecidas como “Macartismo” por Joseph Raymond McCarthy, ianque anticomunista ideólogo de canalhadas nauseabundas. “Toda uma vida não seria suficiente para agradecer o que fez o Exército Vermelho pela liberdade”. Ernest Hemingway.
Dizem os Anticomunistas que o marxismo está desacreditado, obsoleto, morto e enterrado. Que o marxismo é “utópico”, que o marxismo fracassou. Que o marxismo é um dogma, uma fé religiosa, um messianismo. Que os comunistas são pervertidos, homossexuais, autoritários, desconfiados, imorais, desrespeitosos, preguiçosos, apátridas, assassinos, bêbados, mulherengos, que não se lavam, que têm maus modos, que são ateus, hippies, promíscuos, doentes… e que comem crianças.

O comunismo e o seu manifesto estão mais vigentes que nunca.
“Obsoleto é o capitalismo.” A. Woods.

A teoria e a prática de Karl Marx e Friedrich Engels refrescam-se com o passar do tempo, a sua praxis revolucionária rumo a uma sociedade equilibrada, (o Comunismo) afirma-se diariamente na cabeça e no coração dos povos que anseiam liberdade verdadeira e inclusiva. As ideias Socialistas e Comunistas, afirmam o seu vigor na luta contra qualquer regime oligárquico ou ditatorial, são ideias que esclarecem e fortalecem o pensamento dos trabalhadores contra a burguesia que insiste em se impor e, principalmente, são ideias e orientações práticas vividas e vigorosas que servem para criar um mundo diferente com base no socialismo científico.

A tarefa de sujar o termo Comunismo, e muitos dos seus êxitos ainda preliminares, é obra dos ideólogos burgueses e pequeno-burgueses, enamorados do individualismo e elitismo. Comunismo significa fazer do Comum o interesse principal de todas as relações sociais e fazer das relações sociais livres um interesse comum. Especialmente fazer comum as ideias e as ações que a humanidade empreende para alcançar o seu máximo desenvolvimento e empreender lutas comuns contra as calamidades que possam impedir essa tarefa.

A doença burguesa do Anticomunismo, e todas as suas obsessões, é o sinal de uma classe intoxicada com ódio contra os trabalhadores que, por suas próprias mãos, lutam para se emancipar por considerarem que é possível e urgente, um mundo melhor onde o trabalho seja ação criativa e produtiva e não degradação.

«Os homens sempre foram em política vítimas ingénuas do engano dos outros e do próprio e continuarão a sê-lo enquanto não aprenderem a descobrir por trás de todas as frases, declarações e promessas morais, religiosas, políticas e sociais, os interesses de uma ou outra classe. Os partidários de reformas e melhoramentos ver-se-ão sempre enganados pelos defensores do velho enquanto não compreenderem que toda a instituição velha, por mais bárbara e apodrecida que pareça, se mantém pela força de umas ou de outras classes dominantes. E para vencer a resistência dessas classes  há um meio: encontrar na própria sociedade que nos rodeia, educar e organizar para a luta, os elementos que possam – e, pela sua situação social, devam - formar a força capaz de varrer o velho e criar o novo». Lenine.

Derrotaremos a doença do Anticomunismo na “Batalha das Ideias” com a crítica e a autocrítica.

Derrotá-la-emos só se a identificarmos como uma peste fabricada pela burguesia para nos envenenar a alma e para que vejamos como nossas “inimigas” as únicas ideias com as quais nos podemos libertar do capitalismo, suas maldições e perigos. Todos temos um papel importante no combate ao anticomunismo porque cada um dos seus ataques é também anti operário e só a justa causa da classe trabalhadora pode quebrar, efetivamente, as angústias e matrizes ideológicas mais duras ou mais ingénuas. Trata-se de um trabalho curativo e libertador. Há que disfrutá-lo.

O Anticomunismo tem sido persistente, até em muitos camaradas que, de boa-fé, ou confundidos, o têm assimilado sem se dar conta, de maneira inconsciente. Na sua cabeça, aninham-se focos infeciosos de Anticomunismo que se ativam para demonizar os melhores ideais, crendo que assim defendem a democracia - perigoso. A única e verdadeira democracia é a que se garante com ideais e práticas comunistas. É muito perigoso permitir que proliferem as matrizes ideológicas e mediáticas do Anticomunismo que deslizam até na cabeça de muito boa gente. Recordemos sempre que o Anticomunismo é usado, por exemplo, pelo imperialismo estado-unidense para conspirar contra governos democráticos e para invadir países. Sem uma compreensão clara desta realidade é impossível avançar na transformação socialista.
Essa compreensão clara não cai do céu nem se pode improvisar. Necessitamos de nos educar e preparar minuciosamente nas fábricas e nas minas, nas escolas e nas universidades, nos sindicatos e nos partidos dos trabalhadores. Trata-se de um trabalho muito importante que deve ser realizado de maneira paciente e precisa.

Derrotaremos o Anticomunismo só a partir do empenho (fincados) na luta permanente para libertar a nossa cabeça de trapaças e de falsa consciência, só abraçando as melhores ideias humanas de fraternidade e solidariedade. Está claríssimo que (não foi o) Comunismo não é “capitalismo de Estado”, (não é Comunismo) nem burocratismo nem  reformismo… ainda que usem esses termos camuflados. Não é Comunismo o individualismo, nem o escapismo, nem o misticismo… ainda não vimos o comunismo em parte alguma, depois do comunismo primitivo, que não voltará. 

O projeto Comunista que nasce nas ideias do Socialismo, está a construir-se na luta proletária e mundial e não é produto de  receituários mecanicistas, dogmáticos ou enfadonhos… já há muitos fracassos por esses motivos. O novo está vindo. “Que tremam as classes dominantes ante a perspectiva de uma revolução comunista. Os proletários, com ela, nada têm a perder além das suas correntes. Têm, em troca, um mundo inteiro a ganhar. Proletários de todo o mundo, uni-vos (Manifiesto del Partido Comunista, 1848)

“O capitalismo é o genocida mais respeitado do mundo”, dizia Che Guevara. É obra do capitalismo desde o século XVI, por exemplo: o colonialismo selvagem, a exploração desenfreada, a fome (1.000 milhões de esfomeados), uma infinidade de conflitos, convénios bélicos, pelo menos duas guerras mundiais, destruição dos ecossistemas, desespero, droga, depressão, desmoralização, desorientação… etc. Os ianques são o único Estado que tem lançado bombas atómicas contra populações civis (por duas vezes). E se for lucrativo farão mais. O pensamento comunista-marxista está mais vivo que nunca, prova-o a crise mundial do capitalismo na retumbante e luminosa síntese de Rosa Luxemburgo: socialismo ou barbárie.

Albert Einstein disse que “é mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito”. Mas o mais importante está no Manifesto Comunista e no seu combate às injustiças, à exploração, às desigualdades que crescem dia a dia, em qualidade e quantidade. O importante está no Manifesto Comunista de Marx e Engels (o documento mais atual que existe) que é referência e ponto de encontro para todos aqueles que querem sair do capitalismo, sair da injustiça, da pobreza, do sofrimento e da alienação. Referência e encontro para os que levantam a bandeira da liberdade, da democracia, da igualdade, da solidariedade, do internacionalismo e da fraternidade que é esse “fantasma do comunismo” que percorre o Mundo, as cabeças e os corações. Quando Marx e Engels escreveram o Manifesto, eram jovens de 29 e 27 anos respetivamente,  num período da reação mais negra em que parecia que a classe operária estava derrotada e imóvel.

O anticomunismo, que deve ser denunciado sempre, é uma ofensiva ideológica embusteira, capaz de se disfarçar sob formas muito astuciosas. Para cúmulo e paradoxalmente, tem havido “comunismos” falsos, ideados pelo Anticomunismo, para desprestigiar o Comunismo. Assim como fazem certos “cristianismos” para dizer e fazer todo o contrário do que disse Cristo  -  Como o lobo disfarçado de cordeiro, como o ladrão que acusa todos de ladrões, e o corrupto que denuncia a corrupção para continuar corrompendo tudo - Tem-se usado o termo para mil propósitos, para a desqualificar e confundir, para aclarar ou para denegrir…e, em não poucos casos, o uso e abuso do conceito tem deixado um “campo minado” que se deve cruzar com muito cuidado e muita lucidez política.

Aceitamos todas as ajudas.


2 comentários:

Olinda disse...

Mais outro texto excepcional de Buen Abad.Gostei muito.Abraço

Maria João Brito de Sousa disse...

Excelente texto!

Abraço!