Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
Ary
Era
uma vez um país de saúde abalada, confinado, [vocábulo inusual até então] de
atividade económico-social anémica e medo instalado.
Os
governantes, apreensivos, recrutaram um físico altamente qualificado, não
forçosamente para esta moléstia, mas gestor emérito de currículo invejável na
área de Recursos Energéticos.
Exige-se
ao douto especialista que prescreva o receituário certo para recuperarmos a
sanidade necessária, que nos permita caminhar sem andarilho.
O
diagnóstico é de classe, o formulário propalado nos media chega-nos codificado, a anunciada intervenção na energia disponível é
renovável mas pode e deve oferecer resistência, os ventos nem sempre sopram de
feição e nos painéis o sol só serve a alguns.
O
país não é uma “Sociedade Anónima” (S.A.) e os trabalhadores não são só “Força
de Trabalho”.
Por
mais sábios que sejam os desenhistas do futuro, e este já há mais de um mês que
o está esboçando, não foi com régua e esquadro que alguma vez traçaram as
linhas necessárias a uma sociedade que se deseja igualitária: “a cada um
segundo as suas necessidades; de cada um segundo as suas capacidades.” Não se vislumbra nem em rodapé.
1 comentário:
Só a luta de classes pode responder aos progressivos atentados a quem trabalha.Só assim teremos futuro.Abraço
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