26 de março de 2024
As ações israelitas na Faixa de
Gaza estão sendo descritas como "genocídio" por pelo menos três
motivos, disse a relatora especial da ONU para os territórios palestinos
ocupados, Francesca Albanese, em um relatório divulgado
nesta segunda-feira.
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O funcionário explicou que Tel Aviv
cometeu pelo menos três das ações descritas pela Convenção sobre
Genocídio: "matar membros do grupo"; "causar danos corporais ou
mentais graves aos membros do grupo"; "inflição deliberada ao
conjunto de condições de vida calculadas para provocar sua destruição física
total ou parcial".
"Após cinco meses de operações
militares, Israel destruiu Gaza. Mais de 30.000 palestinos foram mortos,
incluindo mais de 13.000 crianças", disse Albanese, acrescentando que 70%
das áreas residenciais foram destruídas e 80% de toda a população foi deslocada
à força.
"Retórica genocida
mordaz"
Como prova, Albanese citou "a retórica genocida
contundente" de altos funcionários israelenses que "apresentaram toda
a população como o inimigo que deve ser eliminado".
Entre elas, o autor listou as
declarações do presidente do país hebreu, Isaac Herzog; o primeiro-ministro
Benjamin Netanyahu; o ministro da Defesa, Yoav Gallant; e outros membros do
Governo. Ele lembrou que eles se referiram aos palestinos como
"monstros", "animais humanos", pediu para bombear o enclave
palestino "sem distinção" e "sem misericórdia" e
reiterou que "toda" nação palestina é responsável pelos ataques de 7
de outubro do ano passado pelo movimento Hamas contra Israel.
"A natureza esmagadora e a escala do ataque de
Israel a Gaza e as condições de vida destrutivas que infligiu revelam uma
intenção de destruir fisicamente os palestinos como um grupo", resumiu o
relator especial.
Além disso, Albanese esclareceu que
"o genocídio de Israel contra os palestinos em Gaza é uma etapa crescente
de um longo processo de apagamento colonial". "Por mais de sete
décadas, esse processo sufocou o povo palestino como um grupo -
demograficamente, culturalmente, economicamente e politicamente - tentando
deslocá-lo e expropriá-lo e controlar suas terras e recursos".
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