AINDA BEM!

Ainda bem que assim foi e já não era sem tempo. Vieram exercitar a cidadania que se encontra debilitada. Todos não seremos demais para defendermos o lugar que nos pertence na sociedade que é pertença de todos e não feudo de alguns. Muitos desceram à rua pela primeira vez e faço votos para que não tivesse sido a última.

No entanto permito-me colocar algumas questões. Porquê, só agora, este potencial contestatário se indigna e age, se, desde há muito as camadas da população mais carenciadas e vulneráveis, vêm sendo flageladas? Será que estes rasgos de indignação não trazem consigo solidariedade mas sim, e unicamente, o descontentamento por se sentirem agredidos?

Seremos sempre poucos para defendermos o interesse colectivo, e todos os que se revoltem farão parte de um todo e desejados são.

Mas, ainda outra questão pertinente. Porquê essa fixação nas manifestações espontâneas, não partidárias ou convocadas por organizações sindicais? Participariam em manifestações organizadas pelo PS/PSD/CDS com o acordo da CIP, CAP e a sempre servil UGT para dar aval ao crime, esse sim organizado, concebido na Concertação Social a que a CGTP se opôs?

Porque essa raivazinha seca que o patronato e a quadrilha governamental têm aos trabalhadores que aderem aos seus organismos de classe, fazendo por ignorar que o patronato está organizado e age em conformidade com os seus interesses. Os banqueiros e o grande patronato não são apartidários.

 A comunicação social (que de social nada tem) pertença dos grandes grupos económicos dão, e ainda bem, grande cobertura às manifestações espontâneas principalmente quando antecedem as convocadas pela CGTP, mas escamoteiam e muito menos publicitam as iniciativas vindas das centrais sindicais. Eles lá sabem porquê.

Todos sabem, que só organizados podemos entrar nesta guerra, porque é de uma guerra de classes que se trata. Que os não organizados se manifestem sempre mas sem os rasgos ridículos de revolucionáriozinhos de meia-tijela frente à Assembleia da República.

ESPERAMOS POR TODOS NO DIA 29, TODOS NUNCA SEREMOS DEMAIS.