domingo, 9 de dezembro de 2012

Óscar Niemeyer - Autodefinição



Autodefinição (aqui)

Na folha branca de papel faço o meu risco.
Retas e curvas entrelaçadas.
E prossigo atento e tudo arrisco na procura das formas desejadas.
São templos e palácios soltos pelo ar, pássaros alados, o que você quiser.
Mas se os olhar um pouco devagar, encontrará, em todos,
os encantos da mulher.
Deixo de lado o sonho que sonhava.
A miséria do mundo me revolta.
Quero pouco, muito pouco, quase nada.
A arquitetura que faço não importa.
O que eu quero é a pobreza superada,
a vida mais feliz, a pátria mais amada.
                                             
Óscar Niemeyer

2 comentários:

Olinda disse...

Confesso a minha ignorancia sobre Niemeyer poeta,conhecia dele,apenas a obra arquitectônica,tao bela como este simples poema.Esta poesia comprometida ê,aquela que realmente me toca.Gostei muito do poema.Vou guarda-lo.

Graciete Rietsch disse...

As obras que apresentaste são a maior homenagem aos grandes Papiniano, Nimeyer e Joaquim Benite.

Um beijo.