QUANTOS SEREMOS?
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
3 comentários:
Isto quer dizer que Miguel Torga vai estar lá. Vou estar e viver. Seremos muitos, seremos alguns,poderíamos ser mais, deveríamos ser mais, não somos ainda os necessários. Vou manifestar-me com a certeza que é na rua que se pode erguer a nossa voz e com a esperança de que seremos cada vez mais.
Um abraço e até amanhã camarada
Extraordinário poema de Miguel Torga.Não sei quantos seremos,mas seremos muitos.
Basta um para iniciar o caminho.
Um abraço,
mário
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