Que
me desculpem os do politicamente correto.
Não
é correto nem de bom-tom, eu sei, nem se coaduna com as expressões usadas no
santo natal, eu sei, mas que o menino jesus me perdoe e quem me ler também, esta
foto é uma filha da putice própria de quem a publica.
O
artigo é de Carlos Carvalhas de rosto desfocado, surgindo em destaque Jerónimo
de Sousa com a expressão de cansaço natural para quem um Congresso do PCP é
trabalho árduo e responsável. Imagem escolhida entre milhares para denegrir o
PCP e o seu Secretário-Geral. Isto não acontece por acaso, tem a ver muito
especialmente com a raivinha de classe que os perturba e o teor do artigo, que vos aconselho a ler.
(aqui)
«Quando
António Costa diz que antes das eleições na Alemanha não se pode negociar a
dívida, está a dizer e a reconhecer implicitamente que, no essencial, quem
decide na União Europeia é a Alemanha.
António
Costa podia ter evocado as eleições em França, ou na Holanda, que até antecedem
as alemãs, mas não o fez.
É
o reconhecimento de que a União Europeia só formalmente é uma união de iguais.
Curiosamente, esta sua afirmação não suscitou estranheza democrática entre a
generalidade da “beatitude europeísta”. É a aceitação tácita do “directório de
uma só potência” como normal! (…)
As
políticas ditas “de austeridade” são de facto políticas de concentração da
riqueza, embora enfeitadas com fórmulas vazias de conteúdo e por isso
hipócritas — “solidariedade europeia”, “nivelamento por cima”, “igualdade no
progresso”, “coesão económica e social” — associadas a uma invocação recorrente
dos valores europeus. Mas que valores? Os valores da Europa da Inquisição ou a
das Luzes e do humanismo? Os valores da Europa das duas guerras mundiais, do
bombardeamento da Jugoslávia, dos refugiados do Mediterrâneo, ou da Europa da
Revolução Francesa e da grande Revolução de Outubro?
Depois
espantam-se e insurgem-se contra o ascenso dos populismos. Mas o ascenso dos
populismos não será a outra face do desprezo e da marginalização social e
democrática das camadas populares, designadamente pela social-democracia? O
crescimento destas forças não se deverá também aos políticos e às elites que
confiscam a democracia em benefício das oligarquias? (…)
Portugal
não pode ficar continuamente sob a chantagem dos mercados, do BCE e da sua
correia de transmissão — a DBRS. (…)
O
esforço financeiro que a dívida exige é colossal e vai continuar a penalizar o
crescimento, o investimento e a situação social por muitos e muitos anos. (…)
A
renegociação da dívida vai-se impor — a realidade tem muita força — mas quanto
mais tarde pior. (…)
O
euro é uma moeda simpática, mas muito cara para a nossa economia. (…) É uma
moeda subavaliada para a Alemanha, beneficiando as suas exportações, e
sobreavaliada para a maioria dos outros países. (…)
Neste
quadro, aumenta na Europa a influência das forças políticas e dos movimentos
sociais, bem como dos economistas, sindicalistas e entidades patronais que põem
em causa o euro.
Tendo
em atenção as eleições que se vão seguir na União Europeia (a que se poderão
juntar as da Itália e até da Grécia) e após a derrota de Renzi — a Itália
também está com um PIB ao nível de 2002 —, mais se justifica que se prepare o
país para uma eventual dissolução do euro ou para uma saída unilateral por
vontade própria ou exigida. Acresce que não está fora do horizonte a
possibilidade de uma nova crise financeira que tudo precipitaria. (…)
Por
isso, encarando todas as eventualidades, é um imperativo nacional a redução dos
contratos da dívida externa não tituladas em direito português que representará
cerca de 25%. A dissolução negociada do euro seria a melhor solução para a
Europa e para Portugal, encontrando-se depois formas de cooperação monetária
muito mais realistas e progressistas, mesmo na fase do necessário e apertado
controlo do movimento de capitais. (…)
Mas
mesmo com a resolução da questão do euro, se não resolvermos o problema da
dívida, esta regressará de novo, bem como a pressão sobre os salários, pensões
e “Estado social”.
Queremos
ter mais 16 anos de estagnação, troikas, chantagens e tutelas?
Queremos
uma marcha forçada, à margem dos povos, sem consultas populares e sobretudo sem
referendos para uma Europa ainda mais supranacional, com órgãos não eleitos,
como o BCE e a Comissão a sobreporem-se às instituições nacionais com
legitimidade democrática? Então não se espantem que os povos venham a desprezar
os “eleitos” e a correrem com eles. Nem sempre na boa direção.»
1 comentário:
A foto é,realmente, uma grande filha-da-putice,!A subserviencia dos filhos das ditas,não os deixam enxergar para além dos interesses dos que lhes dão ordens.Abraço
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