Quarenta
anos, já sem subsídio de desemprego, há uma semana conseguira trabalho num subempreiteiro
que fornecia serviços a uma grande empresa, salário mínimo e direitos a
definir. A vala em que se encontrava ruiu por falta de estruturas, morreu no
mesmo dia de um seu homónimo, outro Belmiro, homenageado na Assembleia da
República; deixou dois filhos, a companheira doente e algumas dívidas. Dentro
de uma carteirinha de plástico encontraram o cartão de cidadão e o do seu
partido de classe com as cotas em dia. Os camaradas de trabalho cotizaram-se
para lhe pagar o funeral.
2 comentários:
Dos Belmiros
só falam dos Azevedos
É o capitalismo,sr.beato!Abraço
Enviar um comentário